O Aliança Underground Museum fica situado em Sangalhos, no concelho de Anadia, e abriga no seu interior uma cave onde vinhos de cinco regiões de Portugal estagiam em mais de 1000 barricas. Abriga também uma cave de aguardentes (com um milhão de litros) e uma das maiores coleções de estanhos do mundo.
Percorrer este museu subterrâneo, inspirado na rede de metro inglesa, onde estagiam espumantes, vinhos e aguardentes, é uma longa aventura. Cada visita dura cerca de uma hora e meia, e percorre 1,5 km, passando por algumas galerias que estão até 20 metros de profundidade.
A par das caves, o museu exibe várias coleções, que versam sobre áreas tão distintas como a arqueologia, etnografia, mineralogia, paleontologia, azulejaria, cerâmica, arte indiana e arte africana.
Cada sala do Aliança Underground Museum tem um nome e um símbolo a lembrar a sinalética do metro de Londres e é um espaço muito original de visitar por ser totalmente debaixo da terra. É uma espécie de gruta de Ali Babá, com divisões atrás de divisões cheias de tesouros.
As coleções permanentes, por si só, já valem a visita, mas aprender (e ver) o processo de fabrico e armazenamento de espumantes, juntamente com a prova de vinhos que é realizada no final do circuito, foi para mim o ponto alto da experiência, afinal a viagem de uma garrafa de espumante começa debaixo do chão e termina no auge da festa. Nenhuma outra bebida passa tanto tempo mergulhada na escuridão de uma cave para depois ser colocada no centro das atenções, da luz e dos brindes.
O estágio em garrafa é um dos fatores mais relevantes para a qualidade de um espumante. O perfil mais fino, delicado e sofisticado de um espumante é quase sempre o resultado de anos de estágio em garrafa, de preferência em caves frias e relativamente húmidas.
Depois há o método utilizado. O clássico/tradicional, que usa a fórmula inventada na região francesa de Champagne, cuja operação decisiva é a segunda fermentação em garrafa, que conduz à libertação de CO2 que produz a efervescência ou borbulhas de que tanto gostamos.
Existem outros métodos, como seja o Charmat (segunda fermentação em cuba fechada) ou o método Dioise, que tem como principal vantagem conseguirem criar um espumante apetecível em apenas três meses, ao contrário do método clássico (bem mais oneroso em termos de custos de produção) que demora no mínimo seis a nove meses para criar espumantes equilibrados, e vários anos para produzir um espumante de grande nível.
No final da visita, o melhor: a prova.
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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