As galerias têm paredes grossas e resistem ao tempo e ao vandalismo.

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Servem de abrigo precário ou local de curiosidade de algumas pessoas que no passa a palavra descobrem a estrutura de artilharia cuja origem remonta a mais de um século e que uma breve caminhada permite ver.

Joana Braga descreve o espaço como “uma ruína de uma antiga bateria militar, construída numa vala, aproveitando a orografia do terreno. Embora tenha um eixo de simetria, com muita repetição, como é frequente na arquitetura militar, constitui alguma surpresa e mistério.”

Bateria de Alpena
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Joana Braga foi curadora de Os Passos em Volta, na Trafaria, um passeio performativo que me deu a conhecer as arribas e a bateria militar e integrado no projeto T-Factor.

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“Das várias vezes que vim aqui encontrei crianças a brincar às escondidas no espaço interior, pessoas desta zona a passear os cães, gente a visitar o local por terem ouvido falar e também um grupo de pessoas a filmar um videoclip.”

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Uma das referências é uma guarita militar. No topo da encosta temos uma visão de conjunto. “As coberturas têm vegetação por cima. Visava proteger de uma invasão por mar e está completamente dissimulada na paisagem”.

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Podemos descer e andar cerca de um quilómetro a acompanhar a construção incrustada na arriba. Alguns compartimentos têm ligação entre eles, outros linha de vista. Em quase todos um tubo com ligação ao exterior, pelo teto, que troca o ar por luz.

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Grafitis, lixo, pedras e a escuridão em alguns compartimentos formam uma forte contraposição ao espaço exterior, sem eco mas com luz e vegetação.

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Joana Braga partilha algumas destas sensações nas vezes que visitou a bateria militar.

“Sobressaem as qualidades aurais, a reverberação daquelas salas é muito especial. Há uma sensação de surpresa e de vontade de descobrir e há também uma postura meditativa, introspectiva.”

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Escadas em pedra levam-nos à parte de cima, onde ainda podemos ver alguns dos espaldões que têm uma configuração quase natural no topo da arriba. Era onde estavam colocadas as peças de artilharia para proteger Lisboa de uma frota naval hostil.  Ficam dissimuladas. Os únicos sinais visíveis são as torres de vigia.

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

As peças de artilharia - oito obuses Krupp de 280mm, - nunca tiveram uso num contexto de conflito. Após a Segunda Grande Mundial, a estrutura serviu como paiol e depois ficou ao abandono.

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Há vários estudos e propostas de utilização para as baterias de Alpena que estavam associadas às da Raposeira, também na zona da Trafaria.

Bateria de Alpena
Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Vale a pena escolher um dia com céu limpo para aproveitar o acesso à bateria e contemplar uma larga vista a partir da arriba da Costa da Caparica.

A vista alcança o Palácio da Pena em Sintra, o Bugio, a foz do Tejo e as praias que se estendem para Sul.

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Bateria de Alpena créditos: andarilho.pt

Bateria de Alpena - “a ruína de uma antiga bateria militar que provoca surpresa e mistério” faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.