A aldeia estende-se para além da falésia, com construções novas, mas o postal ilustrado é o casario tradicional que sente a vertigem da falésia ou o prazer da piscina oceância que todos os dias é regenerada pelo mar.
Para quem lá vive, como Tiago Fonseca, o postal ilustrado não é idílico.
Tiago nasceu há 25 anos nas Azenhas do Mar, conhece bem a rotina da aldeia e o postal ilustrado tem momentos que não são muito reconfortantes: “no inverno é muito frio".
"As manhãs por vezes são geladas, muito vento, maresia e muita humidade. Mas também há os dias bons".
"É um sítio calmo, não tem a confusão das cidades, o ar é mais puro. Valem mais os dias bons.”
Os dias bons é com sol. Com as casas pequenas e as ruas estreitas a ouvirem o bater suave das ondas. Com os muros floridos e o vale verdejante por onde corre a ribeira do Cameijo.
Junto da pequena cascata, mesmo antes do fio de água se misturar com a água salgada na piscina oceânica, temos outra perspetiva da aldeia.
Ao olharmos para cima vemos maioritariamente casas de dois pisos e as paredes pintadas de branco. O casario preserva traços antigos.
“As casas mantêm o mesmo padrão. É proibido alterar. A aldeia continua igual nos últimos 25 anos.”
No centro da aldeia preserva-se o casario mas mudaram muitos os habitantes.
“Tem havido turistas que vêm a Azenhas do Mar, gostam e acabam por ficar cá a viver e até com negócios, restaurantes, bares...
Há também gente de Lisboa que decidiu comprar casa, em particular com o Covid. Estamos a 15 minutos de Lisboa e esta zona é um paraíso.”
Um dos sinais de novos moradores é o tipo de construção, fora do centro, que em alguns casos, mais se assemelha a fortalezas.
Calcorreando as ruas sentimos esse contraste e também a particularidade de morar numa casa onde se abre a janela e o horizonte é todo azul.
Ou o terraço que termina na beira da falésia. Aqui, no paraíso, ninguém sofre de vertigens.
Azenhas do Mar: “estamos no paraíso” faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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