Há passeios fáceis e caminhadas de vários dias. A escolha é enorme, mas todos têm algo em comum — a beleza estonteante da natureza portuguesa!
Trilho Vermelho da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto
Esta área de beleza natural extraordinária já foi em tempos, banhada pelo oceano, mas com o tempo, a baía de então, deu lugar à atual laguna. A laguna ocupa aproximadamente 700 hectares entre Ovar e Mira e a sua comunicação com o mar faz-se artificialmente por um largo canal aberto em 1806 entre São Jacinto e a Costa Nova, junto da cidade de Aveiro.
A Reserva Natural situa-se a norte deste canal, mesmo diante do oceano e os trilhos pedestres, nas suas variantes verde, azul e vermelha, permitem conhecer os 3 principais tipos de paisagem desta área protegida — a floresta, as dunas e as áreas alagadas. O trilho na sua variante vermelha é o mais longo. Percorre cerca de sete quilómetros e inclui um passadiço de madeira sobre as dunas. É um roteiro circular que tem como ponto de partida/chegada o Centro Interpretativo da Reserva Natural de São Jacinto. Com um guia e paragens, o trilho prolonga-se por três horas, mas pode ser feito em duas horas.
Trilho da Serra do Caramulo
A região de Viseu Dão Lafões é o destino perfeito para quem gosta de caminhar. Só percursos pedestres existem mais de 50. Com distâncias, subidas, durações e níveis de dificuldade diferentes, só tem de escolher o que quer fazer!
O Trilho da Serra do Caramulo (PR3) é um dos mais bonitos. É um percurso de pequena rota linear, de dificuldade média, com cerca de 16 km na sua maioria percorrido acima dos 900 m de altitude, chegando a atingir os 1043 m no Monte Ventoso. Inicia-se na Aldeia de Fornelo do Monte, em Vouzela, e segue em direção ao Monte Ventoso, local de grande riqueza paisagística. Ao fundo pode-se contemplar a Serra da Estrela e no lado oposto a Serra da Arada. Prossegue-se o trilho pela Serra do Caramulo até à Lapa da Meruje onde se situa um imponente Dólmen megalítico. O caminho continua, em terra batida, até à Capela de S. Barnabé, local de grande tradição religiosa onde se realiza anualmente uma popular romaria. Prossegue-se pelo trilho que acompanha o “Ribeiro da Bouca” até à Aldeia da Nogueira e continua-se até ao Rio Alcofra onde se encontra uma magnífica ponte de pedra. O percurso finda na Torre Medieval de Alcofra.
Rota do Glaciar
A Rota do Glaciar é um percurso pedestre do tipo linear, com cerca de 17 km que percorre o interior do Vale Glaciar do Zêzere, um lugar maravilhoso que foi um dos finalistas das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.
É uma caminhada de dificuldade média, que tem início na Torre, localizada no Planalto Superior da Serra da Estrela e dali segue em direção à Nave de Santo António, acompanhando o Rio Zêzere e passando pela imagem esculpida na rocha granítica da Senhora da Boa Estrela. Continua depois até um dos mais belos locais da Serra da Estrela — o Covão da Ametade, uma depressão de origem glaciar onde a micro-fauna e a micro-flora da Serra revelam a sua formidável biodiversidade, passa por muitos outros elementos emblemáticos de paisagem natural da Serra como o Covão do Ferro, Cântaro Magro, Cântaro Gordo, Espinhaço do Cão (moreia), Poio do Judeu, Pedra do Equilíbrio, Covão Cimeiro e Barroca dos Teixos, até terminar na Vila de Manteigas. Todo o percurso leva cerca de sete horas a concluir.
Caminhada entre Piódão e Foz D’Égua
Escondida na Serra do Açor, encontramos a magnífica aldeia do Piódão, uma das mais belas aldeias de Portugal. As suas típicas casas de xisto e lousa, com janelas e portas pintadas de azul, descem graciosamente a encosta da serra, formando um anfiteatro que já lhe valeu o título de “Aldeia Presépio”.
Daqui parte um dos percursos pedestres mais interessantes da Região de Coimbra. É um percurso circular, fácil, com quase sete quilómetros, que tem início e fim no Largo Cónego Manuel Nogueira, e liga a aldeia do Piódão ao lugar de Foz d’Égua. Em Foz D’Égua, para além das casas tradicionais, destaca-se a piscina natural, local de encontro da ribeira do Piódão com a ribeira de Chãs d’Égua, que correm em direção ao rio Alvôco. Neste local há indicações do caminho a tomar para regressar ao Piódão, agora do outro lado da encosta com a ribeira do lado direito.
Percurso Pedestre no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros tem uma área total de 38 900 hectares e constitui o mais importante repositório de formações calcárias existente em Portugal. A natureza da vegetação, a rede de cursos de água subterrâneos e uma fauna específica especialmente cavernícola foram motivo para a sua classificação como Parque Natural. Um dos ex-líbris do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros são as grutas de Santo António e as grutas de Alvados.
Para se conhecer melhor o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros existe uma variada rede de percursos pedestres. Um dos mais interessantes é um percurso circular, com cerca de 25 quilómetros, designado de Percurso Pedestre da Costa de Mira. O percurso acompanha, na parte inicial, o Ribeiro da Canada até entrar no Vale da Canada e daí seguir em direção às grutas de Santo António. A partir daqui já se está no topo da Costa de Mira, passando no Penedo Padrão, local com umas enormes grutas e vistas panorâmicas sobre o “polje” de Mira-Minde, formação geológica típica do Maciço Calcário Estremenho que nos invernos de muita chuva se transforma no Mar de Minde.
Depois de fazer a íngreme descida na diagonal da Costa de Mira, o percurso pode continuar por duas vias — ou seguir virando à direita para o centro de Mira de Aire, possibilitando visitar as imponentes Grutas de Mira de Aire e a nascente do Rio Pena (também conhecida como Olho d’água) ou virar logo à esquerda para regressar ao ponto de partida e encurtar o percurso em cerca de oito quilómetros.
Ainda na Região de Leiria, a não perder são também as Grutas da Moeda, em S. Mamede, localidade do concelho da Batalha, muito próxima de Fátima.
Rota dos Fósseis do Parque Natural do Tejo Internacional
O Parque Natural do Tejo Internacional abrange uma área onde o rio Tejo faz fronteira entre Portugal e Espanha e foi declarado reserva da biosfera transfronteiriça pela UNESCO em 2016. Este território do Parque Natural do Tejo Internacional está também integrado no Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, classificado pelo seu vasto património geomorfológico, geológico, paleontológico e geomineiro.
Os passeios de barco no Tejo e os percursos pedestres, como a Rota dos Fósseis, são a melhor opção para conhecer a beleza deste Parque Natural.
A Rota dos Fósseis é um trilho circular de três quilómetros, de dificuldade baixa, que começa e termina no Largo do Chão da Igreja em Penha Garcia. Partindo da aldeia de Penha Garcia, o caminho acompanha a encosta, sempre a subir em direção à Igreja Matrize ao Castelo — dois dos destaques da rota. A Igreja guarda no seu interior uma imagem da Virgem do Leite, escultura gótica em pedra de Ançã, do mestre João Afonso; e o Castelo, derradeiro vestígio da fortaleza que outrora protegeu a aldeia, é hoje um fantástico miradouro. É precisamente a partir daqui que se consegue observar, para norte e em toda a sua grandiosidade, as arribas que envolvem o vale do rio Pônsul, que nasce não muito longe dali. O sul, por seu lado, é um imenso horizonte a perder de vista onde se destaca o cabeço de Monsanto.
Percurso Pedestre do Paul do Boquilobo
A Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo é fértil em trilhos e roteiros que a atravessam e passam por locais de elevado interesse histórico, cultural e paisagístico. O Caminho Central Português, que une Lisboa a Santiago de Compostela, por exemplo, passa mesmo no coração da Reserva (faz parte da quarta etapa e está assinalado para passar pelas localidades de Pombalinho, Azinhaga, terminando na Golegã).
Perfeito para conhecer esta área protegida, o Percurso Pedestre do Paul do Boquilobo é um percurso circular de dificuldade baixa, com 5,6 quilómetros, que tem o seu início e final junto ao Centro de Interpretação. Desenvolve-se por caminhos e trilhos junto da área de reserva parcial do paul e apresenta um elevado interesse paisagístico e natural devido à zona em que se integra. Os visitantes, porém, devem ter em atenção que os trilhos têm o piso algo irregular e eventualmente com alguma água e que a execução do percurso na sua totalidade está dependente do nível das águas. Os dois principais destaques são o ponto de observação de aves (km 0,7) e o Observatório (km 2,8).
Trilho da Berlenga
Em frente a Peniche, a uma curta viagem de barco, fica o arquipélago das Berlengas, um reduto da Natureza em estado quase selvagem. Muitas espécies de aves encontram aqui o refúgio ideal para nidificar ou para uma pausa nas suas viagens de migração. Para conhecer a Berlenga, a ilha maior, existem trilhos pedestres como o Trilho da Berlenga. É um trilho circular, com uma extensão de três quilómetros, praticamente sempre feito em terra batida e, portanto, de fácil acessibilidade. Possui porém um declive acentuado que o pode tornar num trilho difícil para quem não está habituado a praticar exercício ou possui alguma limitação física.
Ainda que seja uma ilha pequena, a Berlenga tem vários pontos de interesse como o Forte de São João Baptista, o Bairro dos Pescadores, o Castelinho, o Farol do Duque de Bragança e a Praia do Carreiro do Mosteiro.
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