O Nabão é um rio de extremos. Um pouco depois da nascente podemos observar que “quando é na altura das chuvas, por vezes, sai para fora das margens.
Habitualmente, até novembro, costuma ter pouca água. O caudal aumenta bastante na época da chuva.”
O testemunho é de Ruben e João. Falei com eles em Ansião, um a dois quilómetros depois da nascente do rio Nabão, nos Olhos de Água. Aqui, na nascente, vemos um canal com margens definidas por muros de pedra que acompanham a estrada até Ansião.
São os primeiros metros de um percurso de 61km do rio Nabão que vai desaguar no Zêzere e um pouco antes embeleza a cidade de Tomar. No passado foi também um recurso determinante para o surgimento de pequenas indústrias e o próprio rio chegou a ser designado de Tomar.
Em Ansião também marca a paisagem da vila, em particular junto à Ponte da Cal. Foi construída no século XVII. Tem dois arcos de volta perfeita, talvez duas dezenas de metros de comprimento, e a particularidade de ter dois tanques que aproveitam as águas do rio Nabão.
São tanques para banhos. Um para homens outro para mulheres. Reza a história que a Rainha Santa Isabel tomava aqui banhos. Surgiu a lenda dos efeitos milagrosos e mais tarde a prática do Banho Santo que durou até um passado recente. Realizavam-se no final de junho até 4 de julho, dia da Rainha Santa Isabel.
A memória da rainha também é evocada numa pequena capela, mesmo ao lado da ponte e por onde passam muitos peregrinos a caminho de Fátima.
Toda esta área foi aproveitada para um espaço verde. O Parque Verde do Nabão acompanha as margens do rio que vai, pouco a pouco ganhando algum caudal. É também um espaço procurado para pequenos passeios.
O percurso faz parte de um caminho pedestre e ciclável de 3km que acompanha o rio Nabão.
A nascente imprevisível do rio Nabão faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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