Antes de conhecer Talasnal tem primeiro de o ver no contexto da serra.
Há um miradouro na estrada que quebra a vegetação luxuriante só para nos oferecer uma visão de conjunto de uma das aldeias de xisto com mais sucesso.
Nas palavras de Luis Antunes, Presidente da Câmara da Lousã, o Talasnal apresenta uma grande dinâmica em termos de serviços e tem tido uma procura muito significativa. De facto, há razões para esse sucesso.
O Talasnal é muito bonito, tem algumas dezenas de casas alinhadas na encosta e a maioria estão reabilitadas.
Outro motivo porque é das mais procuradas deve-se à sua localização. O Talasnal tem uma excelente vista para o castelo da Lousã. Por outro lado, entende-se a sua localização nestas encostas íngremes por motivos defensivos. Pode-se ver o que se passa sem ser visto.
Tudo isto torna o Talasnal “num caso especial” diz Paulo Peralta, professor e proprietário de duas casas na povoação.
Apesar da sua beleza e dinâmica, a aldeia não tem residentes permanentes. As casas são para segunda habitação, alojamento e serviços. É mais um exemplo de uma aldeia que teve mais de uma centena de habitantes e que começou a ficar desertificada há quase um século.
O início do êxodo foi com a imposição da cultura do pinheiro que acabou com a pastorícia. A machada final foi em 1975 quando encerraram a escola primária que tinha sido construída com dinheiro dos locais e emigrantes.
Apesar de não ter residentes permanentes, a aldeia está bem cuidada. Percebemos logo isso quando chegamos e somos recebidos na eira por uma fonte e um tanque que tocam uma música terapêutica.
Começa aqui uma das ruas principais. Melhor uma ruela que nos vai levar de modo labiríntico ao final do casario. É a oportunidade para se ver mais próximo o castelo e o motivo porque foi construído no meio de um vale. Para impedir a passagem do que seria o acesso mais fácil à Lousã.
As ruelas que se cruzam com a via principal levam-nos a descobrir grupos de casas que estão alinhadas no mesmo socalco. São caminhos estreitos. Alguns têm plantas decorativas e videiras que dão colorido e sombra. Dão mais vivacidade ao ambiente porque o xisto das casas é escuro.
Muitas habitações são de dois pisos, algumas parecem que têm uma cave devido ao declive íngreme da encosta.
A visita não pode terminar sem a prova do talanisco. Um doce regional feito à base de dois produtos endógenos: o mel e a castanha.
A fama e o merecido proveito do Talasnal faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
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