O Museu Cargaleiro recebe-nos, logo à entrada, por uma porta especial que mostra a atenção do artista àquilo que o rodeia.
Dá as boas vindas ao visitante e é uma forma muito própria do Cargaleiro salientar as suas origens.
A porta fazia parte de uma casa devoluta que estava em ruínas e no espaço onde ia ser construído o segundo edifício do Museu. Manuel Cargaleiro pediu para ficar com a porta, para a recuperar e servir de suporte ao trabalho plástico que realizou.
Carla Moreira, museóloga na Fundação Manuel Cargaleiro, diz que o próprio artista tem uma relação especial com esta obra de arte.
De facto, quem visita o museu não fica indiferente com este objeto que de certa forma integra o espaço museológico no centro histórico de Castelo Branco onde há vários portados e também assinala o nascimento de Manuel Cargaleiro, em Vila Velha de Ródão, em 1927.
O edifício do museu de arquitetura contemporânea foi inaugurado em 2011 e tem três pisos. O outro edifício é o Solar dos Cavaleiros. Foi aqui que tudo começou com o Museu a ser inaugurado em 2005.
Os dois edifícios estão muito próximos e albergam a coleção de obras de arte produzidos pelo Mestre Manuel Cargaleiro e de outros artistas, alguns deles, figuras maiores a nível mundial como, por exemplo, Picasso.
A coleção espelha o percurso de Cargaleiro e também a sua preferência enquanto colecionador. Deste modo, as obras em cerâmica, desenho, escultura, gravura, pintura e têxteis que estão em exposição têm uma marca muito pessoal.
Regresso à porta da vizinha. Uma das marcas de Manuel Cargaleiro é a cor, cores vivas, o entusiasmo. Esta vivência de Cargaleiro encontra-se em quase todo o espaço e percebe-se melhor quando se fica a saber que o próprio artista acompanhou a instalação do Museu.
Outra marca é a portugalidade. É em particular na cerâmica que se verifica essa relação mais intensa com Portugal.
Foi nesta arte que Cargaleiro começou a sua atividade e, por outro lado, estão expostos objetos recolhidos pelo artista e que pertencem à chamada Cerâmica Ratinha, um estilo do século XIX e com forte implantação na região de Castelo Branco.
Outro sinal da relevância e do acervo valioso da coleção de Manuel Cargaleiro pode ser visto no último piso do edifício mais recente do Museu. É a exposição Cargaleiro e Amigos, foi inaugurada em março deste ano e tem mais de 50 obras de artistas reconhecidos como, por exemplo, Arpad Szenes, Nadir Afonso e Almada Negreiros.
A agenda das exposições pode ser consultada aqui.
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