São várias as referencias a nível internacional e vão todas no mesmo sentido: a biblioteca do Palácio Nacional de Mafra é das mais bonitas, mais singulares e com uma natural associação entre a riqueza do conteúdo e a sua beleza.

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra
Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra créditos: Who Trips

Curiosamente o destaque da beleza é porque não foi acabada. Foram feitos os preparativos para a pintura e colocação de retratos mas isso não sucedeu.

Os tons suaves com um piso em pedra lioz de várias cores e uma ligeira luz que entra por janelas no piso superior central dão uma profunda harmonia ao espaço.

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Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra créditos: Who Trips

Um tom suave e ameno, propício para a descoberta dos quase 36 mil volumes. Um acervo único em Portugal e raro em todo o mundo. Há exemplares únicos em Portugal e em alguns casos apenas mais dois ou três em todo o mundo.

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Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra Área dedicada a livros de Ciências Sociais e Humanas créditos: Who Trips

A colecção de livros vai do século XV ao XIX e funciona como um verdadeiro repositório do saber na Europa nesta época.

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Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra D. João V - estátua do Palácio Nacional de Mafra créditos: Who Trips

D. João V enviou emissários à procura do melhor que era produzido. Até “trouxeram” uma Bula papal, de Bento XIV que em 1754 permitiu à Biblioteca do Palácio ter livros proibidos.

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Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra A biblioteca tem cerca de 36 mil volumes créditos: Who Trips

São ainda algumas centenas e têm uma inscrição onde é feita a referência sobre a proibição. A maior parte incidem em temas religiosos (Reforma) ou temas esotéricos. O terceiro grupo de obras proibidas é sobre temas sociais onde se questiona o poder absoluto do rei e a organização social que pouco depois foi profundamente alterada com a Revolução Francesa.

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Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra Tecto na parte central créditos: Who Trips

A última particularidade: os morcegos. São, como afirma Teresa Amaral, a bibliotecária responsável, o elo de ligação de uma perfeita harmonia entre o património cultural e natural. Os morcegos são os grandes aliados da preservação dos livros porque comem os insectos e, de uma forma ecológica, resolvem um problema complicado e grave sem o recurso a químicos.

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Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra créditos: Who Trips

Para favorecer esta “aliança” os morcegos não são hostilizados, pelo contrario são criadas as chamadas zonas de conforto. Desconhecem-se onde estão as colónias. Estudos permitem concluir que durante o inverno permanecem no interior da Biblioteca e no verão ficam nas árvores.

Aqui encontra elementos sobre a história da Biblioteca, aqui sobre a consulta de livros e, por último, sobre o Palácio Nacional de Mafra.

A biblioteca mais bonita em todo o mundo faz parte do podcast da Antena1, Vou Ali e Já Venho pode ouvir aqui.