Cimitirul Vesel pode ser só um cemitério, mas desde que o escultor romeno Stan Ioan Patra decidiu criar uma lápide colorida para si mesmo, na década de 30 do século passado, que a moda pegou e muitos habitantes de Sapanta pediram a Dumitru Pop Tincu, aprendiz do falecido escultor, para dar continuidade à sua obra.
Desta tradição nasceu aquilo que hoje é um verdadeiro museu ao ar livre, onde cada campa, decorada com uma cruz de madeira, é uma pequena obra de arte. São mais de 800, as cruzes pintadas com uma representação da vida do falecido que, curiosamente, imortalizam não só as virtudes, mas também os defeitos da pessoa enterrada. Os detalhes menos lisonjeiros são recordados com humor e uma certa ironia que se pode associar à antiga tradição e cultura da Dácia, cuja filosofia se baseia na imortalidade. Para as pessoas desta região a morte, longe de ser trágica, é considerada um momento de alegria já que é vista como uma porta de entrada para a felicidade eterna e para uma existência melhor que a anterior.
Esta tradição bizarra transformou Cimitirul Vesel num lugar único, reconhecido na Roménia como uma das Sete Maravilhas do país e pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Uma coleção de epitáfios do Cimitirul Vesel foi publicada em 2017 e inclui “pérolas” como esta:
“Sob esta pesada cruz
Jaz a minha pobre sogra
Mais três dias ela deveria ter vivido
Mas eu mentiria e ela leria (nesta cruz).
Você que está de passagem
Tente não acordá-la, por favor,
Porque se ela voltar para casa
Vai me chatear mais.
Mas eu vou comportar-me bem
Para ela não voltar do túmulo.
Fique aqui, minha querida sogra!”
Fonte: Wikipédia
Este “cemitério alegre” é claramente, um lugar onde se supera com cor, humor e uma certa dose de ironia, o medo da morte.
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