Partimos do porto da Old City com destino a Kolocep, passando pela moderna Ponte Franjo Tudman, primeiro presidente da Croácia após a independência do país, e suspensa sobre o Rio Dubrovacka. Mais à frente cruzamos a pequena ilha de Daksa e o seu farol até chegar a Koločep.

Esta primeira paragem acabou por curta, ainda que a tempo de alguns mergulhos nas belas e cristalinas águas do Mar Adriático, com as suas inimagináveis variações de azul. É uma ilha pequena, na qual não circulam carros. Conta com um trilho pedestre de aproximadamente três quilómetros que atravessa a ilha.

A paragem mais longa foi na ilha de Lopud. Esta é um pouco maior que a anterior, e conta com cerca de 250 habitantes. No entanto, acaba por ser claramente mais cosmopolita, face às suas duas extensas praias, cafés, e unidade hoteleira ali existente. Antes do atual Lafodia existiu o Grand Hotel, inaugurado em 1937 e que foi o primeiro grande edifício na costa da Dalmácia. Mas os eventos históricos trágicos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial marcaram o hotel, que serviu de prisão para os judeus.

Também os jardins contíguos e o Parque de Lopud merecem uma visita, sendo que dentro deste último é possível apreciar a Igreja da Santíssima Trindade, datada do século XVI. Além disso, o Mosteiro Franciscano e o seu campanário com 40 metros de altura, cuja edificação remonta ao século XV, é um ponto obrigatório. No interior da sua igreja, há uma estátua em madeira da Virgem Maria em tamanho humano.

Nesta ilha também não há carros, mas pode-se ir à boleia de carrinhos de golfe (ainda que bem paga!) para se deslocar até ao outro lado da ilha onde está a Šunj Beach.

A nossa última paragem foi em Šipan, a maior das ilhas Elaphiti e a mais distante de Dubrovnik. Aqui destaca-se o castelo fortificado para a proteção, noutros tempos, de piratas e saqueadores. O calor era intenso, pelo que abrimos mão do passeio, para simplesmente desfrutar de mais alguns mergulhos, banhos de sol, e frutas frescas vendidas num pequeno quiosque no porto.

Em verdade, pouco anotei ou escrevi no meu caderno naquele dia. Há páginas do roteiro da viagem (e da existência) que se ficam pelo silêncio sonoro dos que amamos.

A natureza é a resposta para as nossas questões. Tudo em apenas duas linhas.

“Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar.”

Inscrição, Sophia Mello Breyner