As principais atracções não ficam muito longe de mota do centro da cidade. Sim, alugar uma mota é a melhor opção para quem viaja a solo, caso contrário as outras opções saem bem mais caras. Não é que me sinta muito confiante numa mota e até estava muito apreensiva, mas lá teve de ser. Como a cidade não é caótica, tentei convencer-me de que iria correr tudo bem e não começar a stressar por antecipação. E correu, aliás, adorei explorar a zona de mota!

As atrações mais conhecidas são os templos de Monywa. Um complexo, até bastante recente, que contém estátuas de Buda gigantes em todas as posições: sentado, deitado, reclinado e em pé. É um complexo gigante que pode levar mais do que uma tarde para explorar. Demorei uma tarde e não vi tudo, mas também sou vagarosa, gosto de experienciar os locais e não passar por eles a correr.

Myanmar: Para lá dos roteiros turísticos, uma cidade que esconde um local único
Myanmar: Para lá dos roteiros turísticos, uma cidade que esconde um local único créditos: While You Stay Home

A mais impressionante é a estátua de Buda em pé. Ainda não está acabada, mas conta com 28 andares que se podem subir. É a maior estátua de Buda que já vi e a terceira mais alta do mundo.

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Subir todos os seus degraus tomou demasiado tempo. Pensei que no topo a vista seria grandiosa, mas não podia estar mais enganada. Toda a subida foi em vão, apesar de todos os andares terem estátuas e decorações diferentes, pois o meu foco era a vista. O último andar é fechado e não se tem qualquer tipo de vista para fora. No entanto, o andar acima ainda estava em construção ou manutenção e não sei dizer se de futuro a vista será um dos pontos altos da visita a este complexo.

Existe ainda um jardim com milhares de estátuas de Buda alinhadas, uma área gigante. Este sítio tem mesmo muitas estátuas de Buda para admirar.

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Mas antes de cá chegar, existe um outro templo para visitar pelo caminho. Apesar de já ter visto inúmeros templos no Myanmar, e não só, este conseguiu surpreender-me pois consegue ser diferente de muitos outros antes vistos.

O templo está a ser remodelado: de um lado consegue-se ver cores vibrantes pintadas de fresco, do outro, as mesmas estruturas mas com tons desvanecidos pelo tempo. Confesso que me encanta mais a parte mais velha, com tons pastel que por norma são os meus favoritos, portanto, para mim, esta parte do templo foi um deleite.

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Em volta do templo existem outros de menores dimensões que permitem passar um bom tempo a explorar a zona. Dentro do templo andei de queixo caído com tantas estátuas. As paredes estão preenchidas de cima abaixo com estátuas de Buda, que vão desde o tamanho de uma mão até ao teto. É impressionante o trabalho por detrás deste templo magnífico.

Cavernas de Pho Win Taung

O ponto alto da visita a Monywa foram as cavernas de Pho Win Taung. Um sítio que me surpreendeu pela positiva e me deixou maravilhada. Um sítio único, como nunca tinha visto. Deve estar cheio de história, mas como me aventurei sozinha não houve um guia para explicá-la.

Quando começo a explorar o complexo, tomando as escadas menos utilizadas, o lugar parece-me abandonado. Por não ter seguido a rota habitual, apreciei a maior parte do percurso com calma. De qualquer forma, não é expectável ver por aqui muitos estrangeiros, ainda menos sozinhos.

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Deparo-me com uma parede escavada num sítio escondido, quase que engolido por plantas. Sinto-me tal qual Indiana Jones e pergunto-me porque está isto tão abandonado, parece magnífico! Dentro da parede escavada estão estátuas de Buda que aparentam ter muitos anos e que caem aos pedaços. Nas paredes ainda se consegue ver desvanecendo o que há muitos anos deve ter sido pintado para adornar este esconderijo, dando lugar às teias de aranha que agora se apoderam do local. No chão mal se sabe onde pisar tantas são as pedras soltas que lá estão.

Comecei mesmo pelo melhor lado pois foi o único onde as estruturas estavam "escondidas" pela natureza. Surpreende-me o facto de a cada esquina se encontrar um local escondido com uma parede esculpida. Adoro explorar zonas assim que parecem desconhecidas do mundo e que impressionam de tão bonitos os detalhes. As cores ajudam imenso a tornar o local carismático. Na altura comparei o local com Petra, na Jordânia, apesar de nunca lá ter estado, pois os “portais” escondidos a cada recanto me lembraram os do Médio Oriente.

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Para além dos portais majestosos esculpidos na pedra, este local contém imensas cavernas. Diria que são imensas pequenas cavernas adornadas com estátuas de Buda, pois claro. As mais bem preservadas conservam os ancestrais murais pintados que tornam as cavernas em lugares magníficos e me fazem pensar o quão fantástico este lugar há de ter sido em tempos.

O que não estava à espera era da quantidade de cavernas, tantas que a certo ponto comecei a “saltar” algumas e só espreitar de fora. Não esperava um local tão grande com tanta coisa para admirar e, portanto, o tempo foi escasso e não vi tudo.

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Passei umas quantas horas a absorver o esplendor do lugar. Vê-se alguns locais a vender algumas coisas, mas até pelo número de bancas nota-se este sítio não recebe muita gente. Os macacos estão em certa área do complexo e vê-se os birmaneses a alimentá-los num frenesim que acolhe cada vez mais animais. Não gosto desta espécie de macaco comum, portanto, afasto-me.

Abandono o local por saber que o pôr-do-sol não tardará e não quero conduzir no escuro. Aqui as estradas não têm luz pública. Se tivesse mais tempo tinha ficado neste lugar a explorar todo o recanto possível.

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Outro local ainda mais remoto é A Myint Ancient Village, uma espécie de Bagan perdido no meio de uma aldeia com centenas de estupas, muitas deterioradas pelo tempo. O local não é assim muito longe da cidade, mas a estrada para lá faz da viagem longa e, apesar da vista dos campos ser compensadora, a viagem parece interminável. Sei que chego ao local assim que vejo um pagoda com plantas a apoderarem-se dele.

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A vila encontra-se junto ao rio e não está, de todo, habituada a ver turistas. Parece que a atração sou eu. No meio das casas dos residentes, exploram-se as ruas para potencialmente avistar um templo perdido, desmoronado, esplendoroso no meio dos galos, galinhas, cabrinhas e animais domésticos que por lá andam. Também aqui não estava à espera de ver tanta coisa.

Aparentemente, a vila tem mais de 300 pagodas espalhados e tenho a certeza que não os vi todos apesar de haver zonas de aglomerados de templos. Chamo-lhe de pequena Bagan, que desta vez não visitei, encontrando aqui o meu exemplar neste local tão pacífico e encantador.

E é isto que me faz gostar tanto do Myanmar. Poder encontrar algo inesperado já que o país ainda não é muito turístico. Monywa acabou por ser um dos pontos altos desta viagem ao Myanmar.

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