Não é tão conhecida como Roma, Veneza ou Milão, mas Matera, na Basilicata, no sul de Itália, assume-se em janeiro como Capital Europeia da Cultura (em conjunto com Plovdiv, na Bulgária).
Até 1950, mais de 15 mil pessoas viviam em cavernas paleolíticas juntamente com os animais, e alguns políticos e escritores italianos chamaram a Matera vergonha nacional, pelas condições precárias. Em 1952, as autoridades declararam que não havia condições mínimas dentro das cavernas e habitá-las passou a ser ilegal. O governo italiano só percebeu o valor das pequenas casas em 1986 e começou a reabilitá-las.
Com casas trogloditas, antigas igrejas nas cavernas e cisternas subterrâneas de água, Matera é, frequentemente, esquecida, embora seja Património Mundial da UNESCO há 25 anos. Mas espera-se que a partir de janeiro mais turistas cheguem à cidade.
Desde que os habitantes souberam que Matera seria Capital Europeia da Cultura, em 2014, todos assumiram o compromisso de realizar um projeto sociocultural para mostrar a cidade de uma forma diferente. O lema do evento de inauguração é "Open Future", juntando o conceito de futuro e inovação com o de abertura. Matera foca-se no diálogo e na capacidade de as suas casas receberem o "mundo". As luzes que vão ser acesas durante a cerimónia foram colocadas pelos habitantes em escolas, hospitais ou centros para idosos. Centenas de moradores ensaiam a peça o "Purgatório de Dante", em colaboração com os habitantes de Ravenna, outra cidade italiana, mostrando que além de ser um evento que envolve toda a comunidade, também desenvolve a cooperação com outras cidades.
A datada cerimónia de inauguração é 19 de janeiro de 2019, e o dia irá contar com bandas de todas as aldeias de Basilicata, para reavivar as grandes tradições do sul de Itália.
Depois disso, Matera irá aproveitar a sua geologia e história numa série de eventos teatrais e musicais com o tema "Ancient Future".
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