Esse lugar é Hôi An, na província de Quang Nam (Vietname) durante a lua cheia e o festival de lanternas, alinhado pelo calendário lunar. Esse rio é o rio Thu Bon e nós estivemos lá, vela acesa e lanterna, primeiro nas mãos e depois lançada cuidadosamente à água. Enquanto pedíamos o nosso desejo ficamos a vê-la ir.

Festival Lanternas Hôi An
Festival Lanternas Hôi An créditos: Menina Mundo

Tínhamos pensado viver mais uns dias do caos da capital mas apressamos a nossa saída assim que nos contaram do festival de lanternas em Hôi An.

E lá estávamos nós: a vivê-lo. Estávamos no restaurante na hora em que a aldeia velha se desligou, e as mesas ganharam uma vela acesa, ganharam mãos dadas, olhares cúmplices.

As ruas – como a lua – estão cheias, o rio cheio de casais e famílias que se passeiam de mãos dadas. E não pensem que estão cheias de estrangeiros, também os há, mas é um dia especial para os locais, dizem eles que, quando lançadas ao rio, as lanternas trazem sorte, amor e felicidade.

Festival Lanternas Hôi An
Festival Lanternas Hôi An créditos: Menina Mundo

As crianças vendem as lanternas, nos seus fatos e chapéus especiais. E há
senhoras que devem ter vivido tantas luas cheias que já lhes perderam a conta, como nós perdemos ao número de vezes que temos de dizer: ‘No thank you’, à persistência repetida: para mais uma lanterna, para mais uma vela, para mais um desejo, para um passeio de barco.

A Mia vivia pela primeira vez a luz da vela e viveu-a de olhos tão grandes que quase conseguíamos ver a vela desenhar-se dentro dos seus olhos.Foi a primeira vez que a vimos assim, com o rosto iluminado pela lua, iluminado pelas velas das lanternas. A rua cheia, a lua cheia, e ela cheia – sempre – dessa luz, que não vem da lua, que não vem da vela, que vem dela.

Festival Lanternas Hôi An
Festival Lanternas Hôi An créditos: Menina Mundo

No próximo post falo-vos de Hôi An, do seu porto de trocas, dos mercados de rua. Dos passeios de bicicleta por entre as vacas e do búfalo de água a quem a Mia quis oferecer uma flor.

Este artigo foi originalmente publicado em Menina Mundo.