São várias as grutas e cada uma tem um nome que, segundo os habitantes locais, representa a sua principal característica. A Gruta de Gelo de Cristal Azul, também conhecida como Anaconda, é uma das mais famosas e talvez seja mesmo a mais bonita. É enorme e o seu gelo parece ser feito do mais puro cristal!
As paredes apresentam formas estranhas e onduladas que fascinam e nos fazem acreditar que estamos num outro mundo. Logo à entrada percebes que estás num lugar especial. A luz do sol consegue penetrar até um certo ponto e isso permite ver imediatamente o gelo a brilhar com incríveis tons de azul. O túnel em frente parece interminável e muito escuro, mas com as lanternas a incidirem nas paredes, um maravilhoso universo revela-se perante os nossos olhos…
O guia começa por explicar porque razão o gelo se forma daquela maneira e como as grutas surgiram, mas devo confessar que estava tão fascinada com aquele espaço que não prestei a devida atenção à informação inicial. Percebi, no entanto, que o azul do gelo se deve à sua densidade — o gelo de um glaciar é muito mais espesso e denso do que o gelo comum que se forma, por exemplo, dentro do nosso congelador.
Se percebi bem a explicação que me deram, este é um processo que leva centenas e centenas de anos a acontecer. Comprime e recristaliza o gelo resultante de constantes nevões e elimina todas as bolhas de ar presas no seu interior. Quando um pedaço de gelo é denso demais para ter ar, a luz chega mais longe e quanto mais longe chega a luz, mais espectros vermelhos ela perde ao longo do caminho, fazendo com que o gelo pareça azul aos nossos olhos. É por isso que o gelo glacial é tão belo!
Água a correr perto da entrada das cavernas prova que as grutas de gelo são um fenómeno natural em constante mudança. De ano para ano as formas alteram-se, algumas galerias desaparecem e outras aparecem.
Durante o tour chegamos a um lugar, longe das aberturas existentes, em que os guias mandam, por um momento, apagar as luzes e nós ficamos ali, no silêncio total, como se o tempo tivesse parado. É uma experiência fantástica e ao mesmo tempo um pouco assustadora…
Só é possível visitar as grutas de gelo na Islândia no inverno, aproximadamente entre meados de novembro e meados de março. No resto do ano, a temperatura está mais quente e o glaciar derrete lentamente, fazendo correr rios de água pelas cavernas que, em consequência, podem desmoronar, não sendo, portanto, seguras.
Demora cerca de 5 horas para ir de Reykjavik até ao lado sul do glaciar Vatnajokull, onde podemos visitar a Gruta de Gelo de Cristal Azul e outras cavernas mais pequenas.
O ponto de encontro para a maioria das atividades no Parque Nacional Vatnajokull é a área de estacionamento da Lagoa Glaciar Jokulsarlon (outra atracção popular na Islândia).
Qualquer visita às grutas tem, obrigatoriamente, de ser feita com um guia oficial, por isso a melhor maneira de chegar até aqui é marcando um tour com uma das várias operadoras turísticas de Reykjavik.
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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