Pode ir a Roma e não ver o Papa, mas... já pensou em ir a Roma pela mão do Papa? Este foi o ponto de partida para uma viagem alternativa à cidade que tem o Vaticano como pano de fundo, seguindo alguns dos passos dos seus mais altos representantes, protagonistas no palco da história mais recente daquela que é a capital do Cristianismo. Mais do que culto ou religião, estas são propostas fundamentais para compreender melhor, não só a cidade como o mundo, seja ele religioso ou não.
A peregrinação pela Cidade Eterna
Tal como acontece com todo o território italiano, Roma respira inúmeras estórias que fazem a História da própria civilização. Uma cidade que inspira e, por isso, muitos são os turistas que não resistem aos seus encantos. Só a Praça e a Basílica de São Pedro recebem cerca de 18 milhões de peregrinos por ano. Para além destes locais, de visita óbvia e obrigatória, recomendamos-lhe ainda mais quatro.
Residência de verão dos papas nas Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo
A primeira proposta que lhe fazemos neste tour alternativo pela cidade de Roma é: sair de Roma. A proposta pode tê-lo confundido um pouco, mas precisamente por estar situado nos arredores da cidade, Castel Gandolfo é habitualmente esquecido nos percursos mais habituais. Fica no topo de uma colina, com vista para o Lago Albano e a cerca de 20 quilómetros de Roma. O local, que por muitos anos foi a residência de verão dos Papas, foi transformado em museu em outubro de 2016 por desejo do Papa Francisco. Determinante aquando da renúncia de Bento XVI e a posterior ascensão de Francisco, o Palácio Apostólico de Castel Gandolfo convida a visitar o Apartamento Pontifício e a contemplar pinturas e vestes litúrgicas entre muitas outras curiosidades, como a capela com o ícone da Virgem de Czestochowa, onde ambos os papas rezaram juntos em 2013.
Do antes ao depois: bem-vindo ao Panthéon
De regresso ao centro da cidade, o Panthéon é um local de visita obrigatória. Este edifício, prova dos tempos e da mudança, marca a passagem do passado ao presente. Construído como templo de adoração dos deuses de Roma Antiga, depois da conversão do Império para o Cristianismo passou a albergar uma igreja católica romana. O Panteão foi encomendado pelo general Marcus Agrippa, na época do imperador romano Otaviano Augusto, em 27 a.C. Os dois incêndios de que foi alvo (80 e 110 d.C.) danificaram-no e, depois disso, o Imperador Adriano mandou reconstruí-lo, em 125 d.C., tendo a sua estrutura se mantido até aos dias de hoje.
Jardins do Vaticano: beleza e contemplação, em vários estilos
Vale a pena visitar este jardim em três estilos diferentes — italiano, inglês e francês — cada um deles com as suas características particulares. O italiano é influenciado pela geometria do Renascimento, o francês distingue-se pela sua grande expressão de arte clássica e barroca enriquecida com estátuas e fontes, e o inglês é caracterizado pela geometria e vários elementos naturais e artificiais, como por exemplo: cavernas, córregos, árvores, templos e ruínas. Nestes jardins está ainda para o Mosteiro Mater Ecclesiae, que serve de residência do Papa Emérito Bento XVI. O passeio dos Jardins do Vaticano começa na estação ferroviária da Cidade do Vaticano. Numa tentativa de desmistificar o local e dinamizar as visitas, em 2015, o Papa Francisco reabriu a antiga estação ferroviária que vai do Vaticano até Albano Laziale, passando por Castel Gangolfo.
Espreitar pelo buraco da fechadura, no Giardino degli Aranci — o Jardim das Laranjeiras
Por vezes, basta uma nova perspetiva exterior para melhor compreender o interior. Este é um destes casos. Como o próprio nome indica, o cartão de visita deste jardim, situado no Monte Aventino, é dado pelas múltiplas laranjeiras cujas flores, ao longo primavera e para além da deslumbrante vista da cidade, brindam os visitantes com o seu aroma inconfundível. É uma perspetiva panorâmica, onde o “buraco da fechadura” dos Cavaleiros de Malta permite um enquadramento perfeito da Basílica de S. Pedro. Propriedade do Priorado dos Cavaleiros de Malta, encontra-se na Piazza Cavalieri di Malta, e os jardins só podem ser visitados com marcação.
Estas são sugestões que lhe permitem desfrutar de uma outra perspetiva da capital italiana e justificam por si só a reserva dos seus bilhetes para Roma. Além disso, servir-lhe-ão de inspiração aquando da estreia do filme sobre os Papas Francisco e Bento XVI. Está para breve...
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