Fique a conhecer algumas curiosidades da folia de alguns dos principais destinos de Carnaval do Brasil.

Rio de Janeiro

Sabia que, em 2004, o Carnaval do Rio de Janeiro atraiu um recorde de 400.000 visitantes estrangeiros? Com isso, a folia da Cidade Maravilhosa entrou para o livro do Guinness como o maior Carnaval no mundo!

O Carnaval carioca tem as suas raízes no ano de 1840, quando a alta sociedade, inspirada nas festas europeias, começou a realizar bailes de carnaval na cidade. Passando pela brincadeira do entrudo, os primeiros cordões e ranchos carnavalescos e, em seguida, os blocos de rua e as escolas de samba, a folia da cidade não parou de crescer.

A primeira escola de samba foi fundada em 1928, no bairro do Estácio, e, em 1935, as escolas de samba do Rio de Janeiro passaram a ser oficialmente reconhecidas, entrando na programação oficial da cidade e desfilando na Avenida Rio Branco.

O Sambódromo, como o conhecemos hoje, foi inaugurado em 1984. Por último, outro elemento característico do Carnaval carioca, as "marchinhas" foram o principal ritmo do Carnaval da década de 1920 à década de 1960 e, em 2015, passaram a ser consideradas Património Cultural de Natureza Imaterial do Rio de Janeiro.

Carnaval Rio de Janeiro
créditos: Booking.com

São Paulo

São Paulo é uma cidade em crescimento, e o seu Carnaval de rua não é diferente. Só em 2017, os blocos de rua tiveram 200% mais participantes do que em 2016 e, com mais de 9 milhões de foliões em 2018, a cidade ultrapassou o Rio de Janeiro e já é o segundo maior Carnaval de rua do Brasil.

O registo mais antigo da folia local remonta a 1604, época em que a comemoração ainda era conhecida como entrudo, tradição trazida a terras tupiniquins pelos portugueses. No início, o Carnaval paulistano teve forte influência dos trabalhadores rurais que migravam para a área urbana após a crise do café, e o ritmo dos cordões definiu durante muito tempo a musicalidade desta população operária.

Já no fim da década de 60, o Carnaval da cidade recebe o apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo, quando o então prefeito José Vicente Faria Lima assina uma lei destinada a regular a promoção da folia. Uma das figuras mais populares na história de São Paulo, que dá nome à famosa rua da capital, é Faria Lima que era carioca, de Vila Isabel, e apreciador do samba.

Carnaval são paulo
créditos: Booking.com

Salvador (Bahia)

Tradicionalmente uma festa de rua, o ano de 1884 é considerado um marco decisivo para o Carnaval da capital baiana, pois foi quando começou a organização dos festejos e desfiles de clubes, acompanhada de grande participação popular.

Em paralelo, grupos de "afoxé" começaram a desfilar em 1895 com roupas e objetos de adorno importados de África, representando casas de culto pelas ruas da Baixa dos Sapateiros, do Taboão e Pelourinho, cantando e recitando sequências de músicas e letras.

Somente em 1950 o primeiro trio elétrico foi criado – mas a sua estrutura estava longe de ser o grande camião que hoje conhecemos, equipado com geradores e modernos equipamentos de som e luz. Nesta época, a dupla Dodô e Osmar criou a “Fobica”, um calhambeque aberto adaptado para apresentações musicais e saíram pelas ruas de Salvador com um motorista, que tocava as suas músicas.

O uso de um camião ou autocarro para transportar os músicos pelas ruas chegou para ficar em 1952 e foi popularizado por Caetano Veloso, em 1969, na canção “Atrás do trio elétrico”.

carnaval salvador bahia
créditos: Booking.com

Recife

Nacionalmente lembrada por causa do Galo da Madrugada – desde 1995 considerado pelo Guinness como o maior bloco de Carnaval do mundo – a folia em Recife teve início ainda no século XVII, quando as Companhias, grupos formados majoritariamente por pessoas negras, paravam de trabalhar para celebrar o dia dos Santos Reis. Depois disso, vieram os clubes carnavalescos, até que, nos anos 30, surgiram as "batucadas" – estas, antecederam as escolas de samba pernambucanas.

Mas foi apenas em 1950 que se formou a Federação Carnavalesca de Pernambuco, com o intuito de promover os primeiros concursos oficiais de escolas de samba. A partir daí, os clubes perdem relevância e os blocos de rua ganham espaço, como o Galo da Madrugada, criado em 1978 com o objetivo de resgatar o caráter popular do Carnaval de rua pernambucano e valorizar a cultura local, como o frevo, o maracatu, a ciranda, o caboclinho e o manguebeat.

Para o Carnaval 2020, no seu 43º desfile, o Galo da Madrugada terá a sua camisa oficial assinada pelo Mestre Artesão J. Borges, natural de Bezerros e principal nome da xilogravura em Pernambuco, com reconhecimento internacional.

carnaval recife
créditos: Booking.com