E finalmente tudo começa a acalmar um pouco. A chegada a Paracas foi tranquila. Cerca de 3 horas após uma saída algo atribulada de Lima, chegava finalmente ao terminal de autocarros da Cruz del Sur de Paracas. E após mais uns 5 minutos de caminhada fazia check-in no hotel reservado na noite anterior, o Paracas Backpackers House.

O dono do hotel, o Sr. Álvaro era uma jóia de pessoa. Super simpático, daqueles avozinhos que dão vontade de agarrar e não largar mais, reservou-me um quarto bem tranquilo no 4º piso, longe da eventual confusão e barulho causado pelos backpackers que já estavam instalados no piso térreo. O check-in no entanto teria de demorar mais um bocadinho já que eram apenas 11 horas da manhã e o quarto ainda não estava pronto. Sem problema. Deixo a mala no hotel e sigo com a minha câmara para as ruas de Paracas para desbravar terreno e ver se ainda levava comigo algumas fotos jeitosas. Bem, as “ruas de Paracas” resumem-se essencialmente a 2 ruas: a que está junto ao mar e a que está uma linha atrás. Não é uma cidade bonita (de todo), a praia também não é nada de especial e o que há é para turista, mas ainda consegui algumas fotos interessantes, especialmente junto ao mar onde encontrei pelicanos e uma vista fantástica sobre as dunas que a rodeiam.

Paracas
Paracas créditos: Maria João Proença (Joland Blog)

Almoço num restaurante vegetariano encontrado através do TripAdvisor chamado Pukasoncco, que acaba por se tornar no meu poiso a praticamente todas as refeições até ao dia seguinte. Recomendo a 100%. E a família que gere o restaurante é mesmo mesmo muito simpática.

Volto para o hotel e, tendo em conta que os tours existentes na cidade e arredores partem sempre pela manhã, apenas me restava pegar no computador e trabalhar um pouco. À hora de jantar ainda vou dar mais uma volta à beira-mar, onde se preparava uma grande festarola daquelas à maneira da terrinha, com um palco enorme onde, pelo que ouvi quando estava deitada já na minha cama umas horas mais tarde, se apresentariam “grandes” (presumo eu) nomes da música popular peruana, tudo sob o patrocínio de um hotel local. Embora a musica até desse para abanar o pézinho, acabei por ficar no hotel, já que ainda não tinha recuperado totalmente dos dias anteriores.

No dia seguinte, pelas 8 da manhã, já estava junto ao cais de Paracas pronta para embarcar num barco que me levaria, a mim e a mais umas 20 pessoas, até às Islas Ballestas, uma das grandes (senão a maior) atração da zona. Na fila para o barco conheço a Marie e o Leon, ela nos seus 60, ele nos seus 30. Mãe e filho, australianos, a viajarem juntos pela America do Sul. Algures na viagem já tinham sido 3, mas um dos filhos teve de se ir embora para a Austrália e tinham ficado apenas os 2. Maravilha de família: super simpáticos os 2 e adorei a relação que tinham um com o outro. No final do tour ainda me convidaram para tomar o pequeno-almoço com eles.

Encontros no cais para as Islas Ballestas
Encontros no cais para as Islas Ballestas créditos: Maria João Proença (Joland Blog)

A tour às Islas Ballestas vale mesmo mesmo a pena, garanto-vos. Vi praticamente todos os animais de que estava à espera, à exceção dos golfinhos (que pelo que percebi mais tarde, é mesmo muito raro serem avistados ali): leões marinhos, pinguins, pelicanos e uma série de diferentes aves. A oportunidade de ver estes animais no seu habitat natural, sem estarem presos e a serem exibidos para entretenimento dos humanos, é mesmo algo único. Vi comunidades enormes de leões marinhos, vi os machos a lutarem pelo seu território, fêmeas a descansarem em cima de rochas isoladas no meio do mar, grupos de pinguins sempre atentos ao que os rodeava, e a paisagem magnífica das ilhas que é por si só também uma fantástica atração.

Islas Ballestas - Paracas
Islas Ballestas - Paracas créditos: Maria João Proença (Joland Blog)

Antes ainda de chegar às Ilhas, passámos pelo Candelabro de Paracas: um desenho com a forma de um candelabro, feito na areia, com uma idade estimada de 2500 anos e uma largura de 180m. A sua origem é ainda hoje desconhecida: há quem diga que é o resultado das aterragens de aliens, há quem diga que foi feito por piratas para identificar a localização de um tesouro e há também quem diga que foi feito por civilizações antigas com o objetivo de se orientarem no mar. De todas, a dos aliens é a que me parece mais interessante confesso!

O candelabro misterioso de Paracas
O candelabro misterioso de Paracas créditos: Maria João Proença (Joland Blog)

De volta ao hotel, e depois do pequeno almoço com a Marie e o Leon, só tive de fazer algum tempo até o autocarro da PeruHop me ir buscar. Menos de 1 hora depois estava no Oásis de Huacachina. Mas essa história fica para uma próxima crónica!

Até já!