A Islândia é um país europeu à parte. A sua localização geográfica e características geológicas fazem desta ilha um lugar único no nosso continente. Apesar de algumas parecenças esporádicas com outras paisagens, viajar na Islândia é um pouco como estar noutra dimensão, onde um cenário surreal se sucede a outro e apenas o frio ou a chuva nos fazem perceber que ainda estamos no mesmo planeta.

Este carácter único deve-se ao facto de a Islândia ser uma ilha relativamente jovem, formada há “apenas” 70 milhões de anos (por comparação com a divisão da Pangeia, que ocorreu há 200 milhões de anos), e se encontrar sobre o Rifte Médio-Atlântico, a depressão de origem tectónica que separa a Placa Norte-Americana da Placa Eurasiática. Ao Rifte está associada uma grande actividade sísmica e vulcânica, razão pela qual no território islandês existem centenas de vulcões, géiseres e outros fenómenos de origem geotérmica.

Além disso, a ilha encontra-se localizada no extremo do Atlântico Norte, precisamente onde passa o limite do Ártico, o que faz com que a luz solar nunca desapareça completamente durante os meses de Verão, e a noite se prolongue por horas quase intermináveis no Inverno.

Islândia
Islândia créditos: Ana C. Borges

Destino de sonho para muita gente (incluindo eu), e sobretudo para quem gosta de estar em contacto com a natureza, dispendioso pelos modestos padrões portugueses, visitar a Islândia quando se tem um orçamento limitado implica algum planeamento e muita contenção, pois é fácil surgirem despesas extra. Depois de passar quase duas semanas a viajar pelo país, neste post vou abordar alguns aspectos que espero vos ajudem a esclarecer dúvidas e decidir – se este for também um dos vossos sonhos – fazerem mais uma viagem que de certeza nunca esquecerão.

Não esquecerão o céu pintado de azul e rosa das noites que nunca escurecem, nem o ribombar da água a cair em Detifoss, os meneios desajeitados e hilariantes dos puffins ou as cores desmaiadas das montanhas em Landmannalaugar. Tão pouco irão esquecer o espelho a que se assemelha o mar nos Westfjords, a erupção do géiser Strokkur, o passeio entre as formações rochosas da fissura de Almannagjá, onde as placas tectónicas americana e eurasiática divergem e se afastam a um ritmo de dois centímetros por ano.

A melhor altura do ano para ir

É, sem sombra de dúvida, o Verão. Primeiro que tudo, porque os dias são enormes: às onze da noite ainda há luz suficiente para passear, e às quatro da manhã já é dia claro. E acreditem que vão precisar de dias grandes para verem o muito que há para conhecer na Islândia. No Inverno há estradas que estão fechadas, vários locais icónicos ficam fora de alcance, e conduzir com gelo e neve não é fácil. Só no Inverno e na Primavera é que se vêem as auroras boreais? Verdade. Mas há vários outros sítios onde é possível vê-las, e mais acessíveis que a Islândia. Adoram neve? No Verão ainda vão ver bastante. Detestam calor? Pois nesse caso o melhor sítio para estar no Verão é precisamente a Islândia, onde as temperaturas máximas raramente passam dos 16 ou 17 graus (e na maior parte dos dias nem lá chegam) e as mínimas podem descer até perto de zero. Há mais turismo no Verão? Também é verdade, e este será realmente o maior senão. Mas Junho e Setembro, por exemplo, são meses menos concorridos, e apesar da instabilidade do tempo podem ser uma boa solução de compromisso.

A duração da viagem

Depende obviamente do que quiserem ver. Para visitar Reiquiavique, o Círculo Dourado e pouco mais, bastarão uns 5 dias. Para percorrer a Estrada 1, que dá a volta à parte principal da ilha e é conhecida como Ring Road, não aconselho menos que 10-11 dias. E se quiserem visitar também a península de Snæfellsnes e os Westfjords, então reservem duas semanas, e ainda assim ficará bastante por ver.

A viagem que fiz estendeu-se por 13 dias, mas ficaram de fora alguns locais que teria visitado se tivesse mais tempo.

Como visitar

Para conhecer apenas Reiquiavique e o Círculo Dourado não será necessário alugar carro. A capital visita-se bem a pé e há imensos operadores turísticos que propõem circuitos variados com saída de Reiquiavique. Não são propriamente baratos, mas acabam por ser uma hipótese para quem não quiser conduzir nem tiver curiosidade ou disponibilidade para conhecer outras regiões da Islândia. Já para viajar à vontade pela ilha, a melhor opção será mesmo alugar carro (ou autocaravana, mas sobre isso falo mais abaixo).

Para percorrer a Ring Road no Verão será suficiente um carro normal (no Inverno é conveniente ter um 4x4). Se a ideia for explorar outras áreas, sobretudo no norte e no centro, então o meu conselho é que aluguem um veículo com tracção às quatro rodas. Só estes veículos estão autorizados a transitar nas estradas que têm um F antes do número (F significa, neste caso, “fjalla”, a palavra islandesa para “montanha”). Mas a razão principal é que muitas estradas que não estão categorizadas como F são estradas de gravilha e/ou terra batida, por vezes estreitas e íngremes, e também por vezes cruzadas por ribeiros ou rios que é necessário atravessar a vau. O aluguer fica mais caro, mas irão ter a possibilidade de explorar o país com mais liberdade e segurança. Notem no entanto que nenhum dos vários seguros possíveis para os carros de aluguer cobre danos sofridos ao atravessar um rio.

Caminho inundado na Islândia
Caminho inundado na Islândia Um carro a atravessar, corajosamente, um caminho inundado créditos: Ana C. Borges

Alugar autocaravana vs. dormir em alojamentos locais

A nossa ideia inicial para esta viagem era alugar uma autocaravana para percorrer a Islândia com toda a liberdade. É uma das opções preferidas pelos visitantes, pois permite viajar ao sabor do momento e de forma relativamente económica. Mesmo as vans mais pequenas têm habitualmente um bico de fogão onde se pode cozinhar, e apesar de desde há uns anos só ser permitido acampar nos locais designados para o efeito (ou em propriedades particulares, com autorização do dono), existe um passe – o Iceland Camping Card – que permite utilizar qualquer parque de campismo oficial durante 28 dias.

O que nos levou a mudar de opinião foi sobretudo o facto de com uma autocaravana normal não ser fácil andar em algumas das estradas que teríamos de percorrer, e o aluguer de uma autocaravana 4x4 ter um valor tão elevado que não compensava a diferença.

Além disso, em muitos alojamentos podemos cozinhar, optar por casa-de-banho privativa, e para quem conduz durante um dia inteiro é bem melhor descansar com conforto (e sem frio). A desvantagem foi ter de reservar os alojamentos todos com alguma antecedência, pois marcar de véspera em época alta na Islândia reduz muito as hipóteses de escolha. Por tudo isto, convém pesar bem os prós e os contras de cada alternativa antes de decidir.

Alojamento na Islândia
Alojamento na Islândia Um dos alojamentos reservados pela Ana durante a sua viagem à Islândia créditos: Ana C. Borges

Conduzir na Islândia

É um país onde é preciso ter calma na condução. Não têm muito trânsito, mas também não há auto-estradas. A Ring Road é simplesmente uma estrada com duas faixas, uma para cada sentido. A velocidade máxima na Islândia é de 90 km/hora nas estradas pavimentadas, 80 km/hora nas estradas não asfaltadas, e 50 km/hora (ou menos) nas localidades. Não convém, de maneira nenhuma, exceder estes limites. Raramente se vê um carro da Polícia, mas os que existem têm um sistema sofisticado de detecção de velocidade que lhes permite aferir se um carro está em excesso de velocidade mesmo quando vêm de frente, e não perdoam. Sabemos isso porque fomos multados, numa estrada secundária às nove e tal da noite, por irmos a cento e poucos quilómetros à hora.

Além disso, há câmaras em vários locais, incluindo nos túneis. Quase todas as vezes em que vimos um carro da Polícia parado, estavam a multar alguém. No nosso caso, porque o excesso de velocidade não era muito, a multa foi de 37.500 ISK (cerca de 240 EUR); mas os valores podem ir até acima de 500 EUR. Mais vale não arriscar.

É absolutamente proibido conduzir fora das estradas, mesmo que seja com um todo-o-terreno, e fazê-lo dá direito a multa. Os islandeses são muito ciosos no que se refere a preservar a natureza. Obrigatório é andar sempre com as luzes do carro acesas, mesmo durante o dia, e usar o cinto de segurança. Tal como no nosso país, não é permitido falar ao telemóvel quando se conduz.

Conduzir na Islândia
Conduzir na Islândia "Quase todas as vezes em que vimos um carro da Polícia parado, estavam a multar alguém", conta a Ana créditos: Ana C. Borges

Abastecer o carro

Há imensas bombas de gasolina, mas normalmente apenas nas localidades, por isso não é boa ideia deixar que o nível de combustível no depósito vá muito abaixo. O melhor é abastecer quando está a meio ou pouco menos, e acreditem que é muito fácil consumir metade de um depósito. O carro que alugámos, um Dacia Duster com tracção às quatro rodas, tinha motor a gasolina e fez uma média de 7,6 litros aos 100. Estando a gasolina sensivelmente ao preço da nossa, ou seja, a quase 1,5 EUR por litro, dá para perceber que uma boa fatia das despesas da viagem foi para o combustível.

Quando abastecemos é sempre necessário indicar o valor que queremos (não o número de litros), e por vezes sucede que o depósito fica cheio antes de se atingir esse valor. Não se assustem. Umas horas depois o sistema repõe no cartão a diferença entre o que pagámos e o que foi efectivamente abastecido. Quando indicamos que queremos atestar o depósito cobram inicialmente um valor brutal (mais de 100€), mas claro que depois devolvem. É no entanto preferível, na minha opinião, não optar por esta hipótese (sobretudo quando se usa o cartão Revolut, porque depois demoram 2 a 3 dias, ou mais, a devolver o dinheiro).

Estacionamento

Como é óbvio, estacionar na Islândia não é motivo para dores de cabeça – espaço é coisa que não falta, e o trânsito automóvel também não é nenhuma loucura. O estacionamento é geralmente gratuito, mas há algumas excepções. No centro de Reiquiavique, só é gratuito ao domingo. Em dois dos parques que visitei – Thingvellir e Skaftafell (acesso à cascata Svartifoss) – foi necessário pagar 750 ISK (4,75€) para estacionar. O pagamento é feito informaticamente no site https://www.myparking.is/ ou nos monitores touchscreen colocados em cada parque, e basta introduzir a matrícula. O parque junto à cascata Seljalandsfoss também é pago, mas conseguimos estacionar gratuitamente um pouco mais à frente, nuns acessos ao lado da estrada principal.

Portagens

Existe um único local na Islândia em que se paga portagem: o túnel de Vadlaheidi (Vaðlaheiðargöng), perto da cidade de Akureyri. Encurta a Ring Road em cerca de 16 km e para maior segurança é aconselhável optar por ele no Inverno. A portagem tem o valor de 1500 ISK e pode ser paga entre 3 horas antes e 3 horas depois da passagem no site www.tunnel.is (também apenas inserindo a matrícula do veículo). Fora daquela estação, fazer o percurso pela estrada normal (está devidamente indicado antes de entrar no túnel) apenas aumenta em 10 minutos o tempo da viagem, e não apresenta quaisquer problemas.

Dinheiro

A moeda é a coroa islandesa (símbolo internacional ISK, mas na Islândia usam habitualmente a abreviatura Kr). Ao câmbio actual, cada coroa vale cerca de 0,065€, portanto os preços têm sempre muitos números. Só por si, isto já assusta, mas quando fazemos a conversão ainda nos assustamos mais. Nos primeiros três dias estranhamos os preços altos, ao quarto dia começamos a habituar-nos, e ao fim de uma semana deixamos de fazer contas.

É possível pagar tudo – mesmo tudo! – com cartão. Aliás, há sítios onde só se paga com cartão, como é o caso de grande parte das bombas de gasolina, que nem sequer têm loja ou guichet onde fazer o pagamento. O levantamento mínimo em ATM são 5000 coroas e ainda se paga uma taxa. Eu fiz um levantamento, por precaução, mas o que paguei com esse dinheiro foi mesmo só para o gastar, poderia ter pago com cartão.

Para evitar as comissões que os bancos sempre aplicam na conversão quando pagamos com cartão de débito ou de crédito, usei quase sempre o cartão Revolut. Se fizerem o mesmo, lembrem-se de activar os pagamentos com banda magnética, caso contrário nalguns locais (sobretudo bombas de gasolina) não conseguirão pagar. Sobre o abastecimento nas bombas com o Revolut, mesmo não escolhendo a hipótese de atestar o depósito aconteceu-me por duas vezes debitarem o valor todo que tinha no cartão (o que me obrigou a recarregá-lo), e a diferença só foi devolvida passados 2 ou 3 dias. Não consegui perceber porque é que isto sucedeu umas vezes e outras não, mas fica o aviso.

Alojamentos

Há alguns hotéis, sobretudo nas cidades, mas a maioria dos alojamentos são do tipo guesthouse, hostel, apartamento ou cabina. Muitas guesthouses apenas têm casa-de-banho partilhada, e nem em todas existe cozinha. Os alojamentos em que ficámos (que obviamente não eram de luxo) tinham uma qualidade bastante boa, tanto em limpeza como em conforto, e corresponderam às expectativas. No norte há menos oferta, e portanto o alojamento é proporcionalmente mais caro. O mínimo que pagámos por noite foi 52€ (com pequeno-almoço, 50 km a sul de Reiquiavique) e o máximo 114€ (apartamento nos Westfjords).

Casas-de-banho

Há casas-de-banho públicas perto de muitos dos pontos mais turísticos, gratuitas e habitualmente bem higienizadas, e por vezes blocos sanitários (daqueles tipo festival de música) junto a parques de merendas. Nos restaurantes, normalmente só aos clientes é permitido o acesso às casas-de-banho.

Facto curioso é a preferência que os islandeses têm por lavatórios minúsculos. Tão minúsculos que por vezes até lavar os dentes se torna difícil, sobretudo quando decidem pôr uma prateleira ou um armário por cima. Temos de fazer ginástica ao pescoço para não deitar água por fora.

Não esperem ter nas casas-de-banho dos quartos o habitual kit de produtos higiénicos. Há gel para as mãos ou um mini sabonete. Eventualmente haverá também gel de duche (daqueles fixos na parede), mas não na maioria dos sítios. Champô só encontrámos num dos alojamentos (mas não tinham gel de duche). E também não parecem ser amantes de toalhas de banho grandes.

Lavatórios islandeses
Lavatórios islandeses Um exemplo dos "lavatórios minúsculos" islandeses créditos: Ana C. Borges

Água

A água da torneira é boa para beber. A das cascatas e rios também, mas por vezes tem algum sabor. Nos restaurantes parecem ter uma preferência especial pelas águas gaseificadas, e por vezes não têm água engarrafada sem gás – mas felizmente costumam pôr à disposição jarros com água normal. Levámos garrafas de água vazias, que enchíamos todos os dias nos alojamentos.

Cascata na Islândia
Cascata na Islândia Dynjandi, uma das cachoeiras mais bonitas da Islândia créditos: Ana C. Borges

Comida

Se por acaso achavam que na Islândia se come muito bem, vou já desiludir-vos. Os pratos tradicionais são poucos e pouco apelativos – basta dizer que o prato nacional, o Þorramatur, são fatias e pedaços de produtos de carne e peixe fumados, acompanhados de pão de centeio e manteiga. Nada de muito entusiasmante. Têm também cabeça de carneiro cozida e tubarão fermentado. Agrada-vos? Há outros pratos mais normais, como estufado de carneiro, almôndegas de peixe ou sopa de marisco. Para sobremesa, panquecas ou uma torta de chocolate. A cereja no topo do bolo é todos os restaurantes que servem comida tradicional ou mais elaborada serem caros.

Refeição islandesa
Refeição islandesa Uma refeição islandesa créditos: Ana C. Borges

Perante isto, resta comer em locais mais económicos, que são uma versão ligeiramente melhorada do fast food. Há pizzas, sanduíches variadas, e sobretudo hambúrgueres – que, diga-se em abono da verdade, são bastante bons (não há McDonald’s no país). Têm uma predilecção especial por fish & chips, e há alguns restaurantes de sushi. Também há cafés e pastelarias, com bolos enormes e super doces. Tudo isto mais ao menos ao dobro ou triplo do preço que costumamos pagar cá. Só como exemplo, o preço habitual de um café são 500 ISK, ou seja, mais de 3€.

Os supermercados são a outra alternativa. Os das localidades pequenas têm menos opções, mas nos das cadeias Nettó ou Bónus há bastante diversidade de produtos. Por vezes têm saladas frias já feitas, wraps e sanduíches bem recheadas. Também têm muita fruta e legumes, e embora os preços sejam obviamente mais altos que em Portugal, são um bom recurso para economizar em alimentação durante a viagem.

Ovelhas e outros animais à solta

Na Islândia há mais ovelhas do que pessoas, e são elas as verdadeiras donas da ilha. No Verão andam em liberdade, normalmente em trios (porque as gestações mais comuns são de gémeos), e encontramo-las mesmo nas zonas mais remotas, a quilómetros de distância da casa mais próxima. Um dos seus desportos favoritos é atravessarem as estradas, e o facto de verem um carro avançar na sua direcção normalmente não as dissuade. Há por isso que ter imenso cuidado para não atropelar nenhuma. Dito isto, as ovelhas islandesas são umas fofuras. Podem ser brancas, pretas, castanhas ou às manchas, e a sua raça é uma das raças de ovelhas mais puras do mundo, o que se deve precisamente ao isolamento da ilha.

Ovelhas islandesas
Ovelhas islandesas As ovelhas islandesas são "as verdadeiras donas da ilha" créditos: Ana C. Borges

Há ainda a possibilidade de encontros imediatos na estrada com aves, cabras, cavalos, ou mesmo renas. As zonas onde estes acidentes são mais prováveis estão geralmente assinaladas por placas adequadas, mas isso não significa que não possam ocorrer noutros locais.

Os puffins e as baleias

Há pelo menos 85 espécies diferentes de aves que nidificam na Islândia, mas os mais fofos são sem dúvida os puffins. Ir à Islândia na época da nidificação (de Abril a finais de Julho) e não ver estes adoráveis bichinhos é como ir a Roma e não ver o Papa. São tão engraçados que por mim passava horas a olhar para eles.

Puffins
Puffins Os puffins, ou papagaios-do-mar, são a ave nacional da Islândia créditos: Ana C. Borges

Roupa

Com temperaturas máximas no Verão entre os 10 e os 17 graus Celsius, é fácil de perceber que é necessário levar bons agasalhos. Eu, que não sou grande amante de gorros e raramente os uso, mesmo no Inverno, quase não larguei o meu durante toda a viagem. É muito útil sobretudo para proteger do vento que, quando sopra, vem forte e directamente do Pólo Norte. Levem um bom anoraque, de preferência impermeável porque por vezes chuvisca, meias quentes e grossas, luvas e cachecol, pois vão precisar.

Se tencionarem fazer um passeio de barco para ver baleias, levem também umas leggings para usar por baixo das calças. Os operadores fornecem fato-macaco acolchoado e um casaco de oleado (ficamos a parecer o boneco da Michelin), mas creiam-me que nada vai ser demais para vos proteger do vento glaciar e da água gelada.

Não é fácil enxugar roupa na Islândia. Fora de casa está demasiado frio e húmido, e dentro de casa só se houver aquecimento, caso contrário demoramos dias para secar uma simples t-shirt. Sei do que falo, e a minha sorte foi ter levado sacos plásticos, onde pude guardar a roupa molhada que ia tentando secar de alojamento para alojamento.

Tanto pelo clima como pelos percursos – trilhos de terra, areia, lama, pedras, ribeiros – vão precisar de bons ténis e botas todo-o-terreno, melhor ainda se forem à prova de água.

No reverso da medalha temos as muitas piscinas de água quente que há por todo o lado, umas pagas, outras gratuitas. Precisamos por isso de pelo menos um fato de banho e uma toalha.

Podem consultar uma versão ainda mais desenvolvida deste guia da Islândia no blog da Ana, o Viajar porque sim, que inclui o itinerário completo da sua viagem de 2 semanas.