
Com apenas 18 anos, Beatriz Soares pretende sair da sua zona de conforto e descobrir a sua rota, com um toque de liberdade e aventura. Para isso, realizou três intercâmbios na Europa com o projeto Erasmus+, seguindo depois para uma grande viagem no Sudeste Asiático. O terceiro e último projeto que participou foi um training course numa pequena vila francesa.
Este último projeto foi um training course, algo diferente dos tradicionais youth exchanges, e teve como objetivo combater a discriminação através da arte. Em apenas cinco dias, eu estive em Bergerac, uma pequena vila francesa que parece saída de um filme.
Fui completamente cativada pela sua tranquilidade e beleza, e ainda mais surpreendida ao descobrir que o projeto ocorreria no coração de um centro hípico! Sou apaixonada por cavalos, sendo eu própria praticante do desporto. Senti-me a viver no meu sonho de infância! O centro hípico estava rodeado de vinhedos e florestas, e havia póneis soltos e infinitos pastos de cavalos. O cenário era de tirar o fôlego.
Depois de algumas apresentações e dinâmicas para nos familiarizarmos com o tema, fomos divididos em grupos e foi- nos atribuído o desafio de usar a arte para aumentar a conscientização sobre a discriminação. No meu grupo, decidimos criar uma música e um videoclipe sobre o tema, aproveitando a paisagem deslumbrante ao nosso redor.
Participaram neste projeto pessoas de cinco países: Portugal, Arménia, Ucrânia, Lituânia, Azerbaijão e Itália. Foi uma oportunidade incrível de expandir horizontes e entender realidades completamente diferentes da minha. Algo que me marcou foi perceber como vivemos dentro de uma bolha privilegiada, que contrasta com as vivências de quem está a passar por situações extremas como o caso da participante da Ucrânia, devido à guerra.
O ambiente tranquilo do centro hípico fez o projeto ser muito especial. Apesar de ser um projeto de trabalho, acabei por passar a maioria dos momentos livres com os cavalos. Era difícil ficar longe deles, mas consegui transmitir esse amor a algumas pessoas do projeto.
No fim, conseguimos organizar um passeio inesquecível pela floresta de Bergerac, onde a tranquilidade e beleza do lugar me fizeram sentir em paz, e que foi sem dúvida o momento mais marcante do projeto.
Aprendi imenso sobre culturas bem diferentes da minha e da minha zona da Europa, e percebi muitos dos desafios que enfrentam, dos quais não tinha consciência. Este projeto, à semelhança do anterior, reforçou a lição de abrandar e de encontrar paz interior, algo que se tem mostrado fundamental para o meu equilíbrio. Além disso, percebi ainda mais que a arte tem o poder de nos unir e abrir mentes, e o quão é importante para a sociedade.
Cada um dos três projetos Erasmus+ foi uma experiência única que me permitiu crescer, aprender e conectar com pessoas e culturas de diferentes partes do mundo. Foi através desses momentos de desafio, convivência e aprendizagem que descobri mais sobre mim mesma e sobre a importância de sair da zona de conforto para abraçar novas perspetivas. O que inicialmente parecia um passo grande e incerto, revelou-se uma jornada incrível, cheia de lições valiosas, amizades duradouras e memórias inesquecíveis.
Podem seguir as viagens de Beatriz através do Instagram @pela.rotadovento
Comentários