Com quase 500 passageiros, o navio, de bandeira das Bahamas e operado pela empresa alemã Phoenix Reisen, chegou no começo da manhã à Ilha Margarita. Procedentes de Espanha, França, Alemanha, Itália e Suíça, entre outros países, os turistas desembarcaram no porto sorridentes, e foram recebidos com música folclórica.

“Há muitos anos, a Venezuela estava fora do radar dos navios de cruzeiro”, ressaltou o ministro do Turismo, Ali Padrón, ao comemorar a chegada do transatlântico.

Na última década, o turismo diminuiu na Venezuela, como resultado da insegurança e de uma crise que levou ao colapso de mais de 80% de sua economia. O controlo cambial, a escassez de produtos e os problemas nos serviços públicos básicos, como água e eletricidade, afugentaram os visitantes.

"O Amadea abre a possibilidade de estarmos novamente no radar das grandes linhas de cruzeiros", comentou o presidente do Conselho Superior de Turismo (Conseturismo), Leudo González.

O turismo no país começou a dar sinais de melhoria no ano passado, com a chegada de viajantes russos e incentivos aos viajantes locais, mas não há números oficiais do setor.

"Ruído na segurança"

As empresas de turismo e agências de viagens fecharam as portas na Venezuela, onde deixaram de operar. Segundo estimativas da indústria portuária, a atividade diminuiu mais de 50% desde 2014.

“Primeiramente, o que aconteceu foi que a Venezuela se tornou um destino muito inseguro, de alto risco”, explicou Reinaldo Pulido, vice-presidente da Conseturismo. "É um negócio muito sensível, e quando há um ruído na segurança, as empresas de navios vão-se, porque preferem evitar problemas e perceberam que o Estado não oferecia as condições mínimas necessárias."

O Amadea, com capacidade para quase 600 passageiros, zarpou a 20 de dezembro da França e irá retornar no próximo dia 12, da Costa Rica, onde encerrará seu itinerário pelas Caraíbas.

Qualquer iniciativa “que traga um novo turista internacional já é lucro, porque estamos numa seca absoluta”, destacou Pulido. "Para nós, é maravilhoso, uma celebração e uma demonstração de que a Venezuela pode entrar no mapa da concorrência regional."

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