Foto: Chandan Khanna| AFP

Ao entardecer da quinta-feira cinzenta, tão incomum em Miami, a famosa rua Ocean Drive tornou-se numa discoteca ao ar livre. As varandas estavam lotadas e as festas aconteciam por todo o lado em frente aos edifícios de estilo art déco desta avenida. O ar cheira a canábis.

Da calçada, Anita Cheek, uma moradora de 52 anos, observava. "Eu também fui jovem, entendo, mas eles não levam em conta as pessoas que vivem aqui", lamenta.

Miami Beach
créditos: Chandan Khanna| AFP

"Eles ficam bêbados, vomitam no chão, deixam garrafas em todos os sítios, fazem todas estas danças malucas", acrescentou. "Tenho muitos vizinhos que dizem que estão dispostos a mudar-se por causa disso", confessou.

As autoridades aumentaram a presença policial nas áreas mais movimentadas e proibiram os bares de vender álcool depois das duas da manhã, entre os dias 7 e 21 de março.

Miami Beach
créditos: Chandan Khanna| AFP

Num terraço na Ocean Drive, com um charuto na boca e uma bebida na mão, Rin está feliz e não entende a polémica. O corretor de imóveis de 25 anos, que não quis dar o sobrenome, viajou com amigos de Ohio, no nordeste dos Estados Unidos, para curtir uma semana de férias em Miami.

"Há muitas mulheres bonitas, podemos fazer qualquer coisa. E se não estivéssemos aqui, não teria a mesma vibração", diz ele.