Em declarações à agência Lusa, Francisco São Bento, do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) disse que o Governo reconheceu a necessidade de usar a figura da requisição civil, mas esta ainda não tem aplicação prática, pelo que a greve se mantém com uma adesão a 100%.
O sindicalista falava depois de o Governo ter aprovado uma resolução do Conselho de Ministros que reconhece a necessidade de requisição civil no caso da greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou na segunda-feira.
Segundo um comunicado da presidência do Conselho de Ministros, “a greve em curso afeta o abastecimento de combustíveis aos aeroportos, bombeiros e portos, bem como o abastecimento de combustíveis às empresas de transportes públicos e aos postos de abastecimento da Grande Lisboa e do Grande Porto”.
A presidência do Conselho de Ministros acrescenta que esta decisão foi tomada “depois de se ter constatado que no dia 15 de abril não foram assegurados os serviços mínimos” fixados pelos ministros do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e do Ambiente e da Transição Energética.
Contactado pela Lusa, Francisco São Bento diz que os serviços mínimos estão sobredimensionados e que, em greve, "nunca seria possível cumprir".
"Ao declararem serviços mínimos destas dimensões pedem que os trabalhadores funcionem em greve como num dia normal de trabalho […]. Uma vez que a consequência de uma greve é ter algum impacto para chamar a atenção de quem se pretende chamar à mesa das negociações, isto é a mesma coisa que os trabalhadores não poderem exercer o seu direito à greve", afirmou.
O representante disse ainda que a previsão do sindicato é que ao início da tarde os aeroportos de Lisboa e Faro fiquem sem combustível.
Ao início da manhã, segundo o SNMMP, cerca de 40% a 50% dos postos e abastecimento já estavam sem combustível.
A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo.
Fonte: Lusa
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