Nas palavras do arquiteto Eduardo Miranda, dos Serviços Culturais da Câmara de Évora, a “Sé domina a cidade e a paisagem envolvente. Isso tem um significado.
Foi a maior catedral a sul do Tejo, representa uma vontade de marcação deste território da sua cristianização e integração no reino de Portugal após a reconquista da cidade no final do século XII.”
O simbolismo que terá estado na origem da sua arquitetura percebe-se através da robustez, “assume a imagem de um edifício quase fortificado. É uma arquitetura de transição do românico para o gótico, ainda com poucas aberturas, poucos vãos.”
A fachada da Sé Catedral de Évora salienta a imagem de fortaleza. Poucas janelas, apenas o relógio, o vitral na parte central e o pórtico principal com as esculturas dos 12 apóstolos que dão alguma graciosidade à entrada da sé.
Quando entramos essa ideia altera-se um pouco. Com a ajuda do arquiteto Eduardo Miranda percebemos melhor porque é um excelente exemplo de arquitetura gótica. “Na sua feição atual é uma reconstrução do século XIII e XIV.
O claustro é do século XIV. É claramente gótico. Tem alguns elementos interessantes do ponto de vista arte religiosa, nomeadamente um coro alto e um cadeiral do século XVI.” O cadeiral é de madeira de carvalho.
A igreja tem três naves com colunas muito altas que suportam inúmeros arcos e abobadas de ogivas. Este efeito nota-se em particular nas naves laterais que são muito estreitas. Acabam por dar realce às capelas, designadamente a da Senhora do Ó, envolta em talha dourada muito decorada.
Na capela-mor domina o mármore e é uma construção do século XVIII. “Foi reconstruída nesse período com o patrocínio do rei D. João V. O arquitecto foi João Frederico Ludovice, o mesmo do Convento de Mafra.
É uma capela barroca, num estilo muito diferente, mas que se integra num edifício medieval. Também se deve referir que tem um tesouro. O tesouro da Sé está exposto no Museu de Arte Sacra que funciona no edifício adjacente e que também tem um espólio de grande riqueza e valor patrimonial.”
No interior da Sé Catedral encontramos outros elementos de arte sacra e pintura. É obrigatório subir ao terraço junto ao topo das torres. É a varanda de Évora. Com vista para o Templo de Diana, o aqueduto, o casario e os terrenos que rodeiam a cidade.
É também no terraço que observamos um dos elementos arquitetónicos mais interessante da Sé. A Torre Lanterna do Zimbório, está sobre o cruzeiro. Ilumina o cruzeiro e marca a silhueta da cidade e da própria catedral.
É uma arquitetura que evoluiu para outro tipo de decoração e de leveza. Já não é a estrutura fortificada e fechada que se vê nas três naves da igreja e nas torres da fachada principal.”
De dia, com a luz natural que dá utilidade ao relógio solar, ou ao entardecer, com a luz da Torre Lanterna, percebemos a imponência da Sé e porque toda a cidade olha para ela. A Sé Catedral de Évora está classificada como Monumento Nacional.
Sé Catedral de Évora: toda a cidade olha para ela faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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