A zona "premium" do parque de estacionamento do aeroporto de Helsínquia. Fotografia por Alessandro Rampazzo
Os carros de luxo, Porsches, Bentleys, Mercedes e outras marcas de prestígio, com matrícula russa "inundam" o estacionamento do aeroporto de Helsínquia, a capital finlandesa, desde que a invasão russa da Ucrânia transformou a cidade num importante ponto de passagem para os turistas russos.
No início da guerra, a União Europeia fechou o seu espaço aéreo a aviões russos, forçando os russos que querem viajar para a Europa a cruzar a fronteira ou fazer uma rota indireta, viajando em companhias aéreas não ocidentais.
Desde que Moscovo eliminou as restrições de viagem ligadas à covid-19 em julho, houve um aumento no número de viajantes russos, a par de um descontentamento crescente na Europa pela autorização de entrada a turistas russos em plena guerra na Ucrânia.
Um passeio rápido pelo estacionamento do aeroporto de Helsínquia revela dezenas, se não centenas, de carros de luxo com matrícula russa, como um novo Mercedes-Benz S-class sedan e um Porsche 911 Turbo S.
Contactado pela AFP, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, confirma que a Finlândia se tornou "um país de trânsito" para os turistas russos.
Devido à crescente insatisfação com o turismo russo em plena guerra na Ucrânia, a Finlândia anunciou na semana passada que passará a limitar, a partir de setembro, os vistos de turista a russos a 10% do número atual.
Mas os russos "chegam aqui com vistos Schengen emitidos por muitos países diferentes e continuam a sua viagem através do aeroporto de Helsínquia", explica Haavisto.
Quase dois terços viajam com um visto Schengen emitido por um país como "Hungria, Espanha, Itália, Áustria, Grécia e Espanha, (que) se encontram entre os principais países emissores ao longo do ano", disse à AFP Mert Sasioglu, porta-voz dos serviço de fronteiras finlandês, referindo-se a uma pesquisa realizada pelo seu organismo em agosto.
As normas Schengen não permitem que a Finlândia feche a sua fronteira a nacionalidades específicas, explica o ministro das Relações Exteriores. Este tipo de sanção só pode ser decidida em conjunto pela União Europeia.
"Como a Finlândia e os países bálticos planeiam restringir esses vistos, seria bom que os países da União Europeia tomassem decisões semelhantes", acrescenta Haavisto, que levantará a proposta na próxima reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, a 30 de agosto, na República Checa.
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