"Os eclipses têm um poder especial", disse recentemente o administrador da Nasa, Bill Nelson. "Fazem com que as pessoas sintam uma espécie de reverência à beleza do universo", acrescentou.
São planeados festivais, festas de observação e inclusive um casamento coletivo ao longo dos territórios onde o eclipse total do sol poderá ser observado, transformando o dia em noite por instantes.
A totalidade do eclipse deste ano alcançará 185 quilómetros de largura, onde vivem 32 milhões de americanos, com mais 150 milhões americanos num raio de 320 quilómetros da faixa. Aqueles que estão mais distantes poderão ver um eclipse parcial.
A região das Cataratas do Niágara chegou a declarar "estado de emergência" para controlar o fluxo de visitantes. A mesma medida foi tomada no Texas.
Muitas regiões serão beneficiadas com a chegada de turistas.
"Temos pessoas dos 50 estados, até do Alasca e do Havai. Há turistas dos Países Baixos, Finlândia, Alemanha, Israel, Nova Zelândia", diz Jennyth Peterson, funcionária do parque Stonehenge II em Ingram, Texas, onde há um réplica da estrutura pré-histórica da Inglaterra.
"Este é o nosso terceiro eclipse solar", disse Jim Saltigerald, 62 anos, ao lado da esposa e dois filhos.
Em Burlington, Vermont, a população poderá duplicar num dia, segundo autoridades locais.
Em Russellville, Arkansas, 300 casais celebrarão uma grande cerimónia de casamento. "A Total Eclipse of the Heart", dizem os organizadores, evocando a famosa canção de Bonnie Tyler.
Muitos hotéis estão lotados há meses, com preços altíssimos, e são esperados engarrafamentos, como no último eclipse total nos Estados Unidos, em 2017. Muitas escolas encerrarão ou permitirão que os alunos saiam mais cedo.
O eclipse também poderá ser admirado do ar: algumas companhias aéreas planearam voos na escuridão, cujas passagens estão esgotadas.
Os astronautas da Estação Espacial Internacional também observarão o fenómeno, mas verão a sombra da Lua percorrendo a superfície da Terra.
Os eclipses totais ocorrem quando a Lua localiza-se exatamente entre a Terra e o Sol, bloqueando temporariamente a luz do grande astro em pleno dia.
O Sol é cerca de 400 vezes maior que a Lua, mas também está 400 vezes mais distante, então ambos parecem ter tamanhos semelhantes.
O evento deverá ser visível primeiro na costa oeste do México, a partir das 18h07 (hora local). Cruzará então 15 estados americanos, do Texas ao Maine, antes de terminar no leste do Canadá.
As autoridades americanas orientam sobre segurança há semanas, em particular a necessidade de usar óculos especiais para evitar lesões oculares.
A Nasa transmitirá um direto de três horas de vários locais, apresentando imagens de telescópios e comentários de especialistas.
O próximo eclipse total visível nos Estados Unidos (excluindo o Alasca) ocorrerá em 2044. Antes disso, um eclipse total vai ser visível na Europa em 2026.
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