Para a maioria das pessoas, embarcar num cruzeiro é um ato reservado para as férias. No entanto, para Mário Salcedo estar a bordo de um cruzeiro tornou-se num modo de vida.
Depois de trabalhar intensivamente no setor financeiro por quase 21 anos, Mário, que vivia em Miami, decidiu mudar aos 47 anos. "Queria iniciar um novo capítulo na minha vida e viajar pelo mundo", conta ao Condé Nast Traveler, a bordo do navio Navigator of the Seas em rota para a ilha Grand Cayman.
Ainda não sabia muito bem por onde começar mas com residência em Miami estava habituado a ver muitos navios de cruzeiro e foi esta a sua primeira - e última - escolha.
Experimentou vários navios e operadoras, até que reservou um lugar no Voyager of the Seas, da Royal Caribbean, e nunca mais trocou de operadora. "Nada me pode afastar deles porque sou tratado como realeza", diz. "Todos os capitães conhecem-me". O passageiro permanente recebeu, aliás, a alcunha de "Super Mário" de um capitão da Royal Caribbean. Já conta mais de 7 mil noites a bordo dos navios desta operadora.
Salcedo até já tem um "escritório" no deque 11 do navio Navigator of the Seas, onde trabalha com vista para a piscina.
E como Salcedo consegue manter este estilo de vida? Mário tem um negócio de gestão de investimento e gasta, em média, 60 a 70 mil dólares por ano nas suas viagens que reserva com dois anos de antecedência. Paga com cartão de crédito para acumular milhas de forma a não gastar nas passagens aéreas entre os cruzeiros. Reserva sempre uma cabine interior, que fica mais barata, uma vez que passa pouco tempo no quarto - só mesmo para dormir, tomar banho e vestir-se.
Ao contrário de muitos passageiros que comem tudo o que têm direito durante as viagens de cruzeiro, Salcedo tenta levar uma vida mais saudável, saltando uma das refeições, além de dançar e caminhar muito. Outra das suas atividades preferidas é fazer mergulho.
A viagem mais incrível que fez foi um cruzeiro de 72 dias entre os Estados Unidos e a China. Para os que querem iniciar-se nesta vida de viajante de cruzeiros, Salcedo recomenda fazer um percurso transatlântico até Barcelona ou Southampton, para sentir o "verdadeiro sabor e romantismo dos mares", descreve.
Durante um ano, este viajante a tempo inteiro só passa cerca de 15 dias em terra, altura em que aproveita para ir ao médico ou ao banco.
O estilo de vida de Mário Salcedo chamou a atenção do New York Times que realizou um pequeno documentário sobre o tema, intitulado "The Happiest Guy in the World" (O homem mais feliz do mundo) que pode ver aqui.
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