Por Francesco Fontemaggi
A catedral de Notre-Dame de Paris revela, esta sexta-feira (29), o seu novo "brilho" ao mundo, cinco anos após um incêndio devastador, durante uma visita do presidente francês, Emmanuel Macron, oito dias antes da sua reabertura.
Antes do regresso dos turistas de todo o mundo à obra-prima da arte gótica, canais de televisão franceses e internacionais transmitiram a visita de Macron, revelando o interior restaurado.
"É sublime", afirmou o presidente ao ver a catedral, que considerou "muito mais acolhedora" após a limpeza da sujidade acumulada durante décadas nas suas pedras.
O público terá ainda de esperar pouco mais de uma semana para visitar a catedral. As cerimónias religiosas e laicas de reabertura estão previstas para os dias 7 e 8 de dezembro, antes da abertura das portas ao mundo.
A França convidou vários líderes estrangeiros, mas ainda não se sabe quem marcará presença nas cerimónias. O papa Francisco já anunciou que não estará presente.
A presidência francesa não poupou elogios para descrever a visita: “brilho”, “fascínio”, vista “impactante”, “fogos de artifício coloridos”, entre outros.
Prometeu ainda um espetáculo avassalador e um contraste impressionante com a “abóbada aberta”, o “lixo carbonizado” e o cheiro “insuportável” que Macron testemunhou na noite do incêndio, a 15 de abril de 2019.
As chamas destruíram o telhado e a estrutura da catedral, um dos monumentos mais visitados da Europa. A sua icónica agulha, construída por Viollet-le-Duc no século XIX, desabou e foi reconstruída de forma idêntica.
Doações
As imagens do incêndio, cuja causa não foi apurada, chocaram o mundo. Macron prometeu reabrir o local em cinco anos, o que gerou algum ceticismo na altura.
Agora, apresenta a reabertura como o ponto culminante de um ano de “orgulho francês”, após o sucesso dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris-2024, num momento em que está politicamente fragilizado.
A visita permitiu explorar o interior da catedral, desde a esplanada até à estrutura do telhado.
"Vêem a catedral como nunca a viram antes", "cinco anos depois da visão da desolação", assegurou Philippe Jost, coordenador da restauração, durante a visita.
"Lembro-me como se fosse ontem que a Pietà era a única coisa que emergia" dos escombros, respondeu-lhe o presidente, acompanhado pela sua esposa, Brigitte Macron, e pelo arcebispo de Paris, Laurent Ulrich.
As 2.000 pessoas que contribuíram para a restauração foram convidadas para esta visita, das quais 1.300 estiveram presentes.
"Esta última visita às obras é uma oportunidade para agradecer aos que nela trabalharam, dos carpinteiros aos pedreiros, dos arquitetos aos arqueólogos", disse Macron.
O presidente também prestou homenagem aos mecenas, já que o projeto custou cerca de 700 milhões de euros e foi financiado exclusivamente por doações.
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