Já esta semana, 14 de Abril, serão anunciados os winners na cerimónia de entrega de prémios do FEP. Este é aquele momento que nos faz orgulhar enquanto escritores de fotógrafos de viagens e de pessoas, este é um momento ‘SAPO Viagens’. Estou a falar, aliás, de dois momentos que merecem o nosso silêncio em jeito de homenagem aos dois prémios que a Ana Abrão recebeu (@ana.abrao.photo) pelo seu livro “Outros Mundos”.
Um livro que não é um conjunto de páginas escritas, mas sim de imagens que captam a alma de povos e de, realmente, ‘outros mundos’! Em artigos anteriores fomos acompanhando a sua caminhada desde fotografias e sensações em quartos fechados com caixões de pessoas-múmia até aos ‘ciganos do mar’ em terras longínquas. Com ela aprendi a pronunciar nomes de lugares que dificilmente consegui fazer como ela: os nomes dos lugares e das pessoas na voz da Ana são entoados com uma música de quem sabe viajar sem pensar na bagagem, apenas na máquina fotográfica que é um mero instrumento de vida.
Se viajei com ela até aqui, não poderia deixar de sublinhar esta data tão grata. Hoje este artigo é dedicado, por isso, à imagem sobretudo. A ti, querida Ana. Entre viagens e artigos vou cruzando carinho, assim, pelas pessoas. Vou escrever menos do que o habitual. As fotografias desta galeria vão relembrar como esta galardoada fotógrafa de viagens realmente é de ser venerada.
Ainda por cima vive em Portugal, escolheu-nos como ninho e é cá que prepara os seus álbuns e os conseguiu transformar… em prémios internacionais. Aliás a bandeira portuguesa está mesmo em destaque na sua página. Gosto quando ela nos diz “Fotografar paisagens é uma delícia. Fotografar animais, pássaros, abelhas e borboletas é uma delícia. Mas fotografar pessoas e as suas histórias … ufff é preenchedor” (https://anaabrao.com/outrosmundos/).
No site podem ir muito além destas imagens que, aqui, são apenas um rasto para entrarem nos mundos remotos que a Ana escolhe especialmente por serem recônditos e com pessoas que parecem viver em sociedades constritas. Por um lado, pessoas que abrem as portas humildes de casas inóspitas, mas com alma cheia. Alma que nem o Ocidental sabe como se semeia. Por outro lado, pessoas e lugares que ainda não compreendem a civilização, mas a Ana nada receia, avança e viaja. E ganha!
Assim peço dois minutos de silêncio pois são dois prémios, mas em jeito de reconhecimento porque é em silêncio que se observam as peças dos grandes Museus, certo? Então é o momento.
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