"Uma meta ambiciosa", reconheceu na passada sexta-feira Jean-Louis Georgelin, general do exército francês, responsável por supervisionar o restauro do edifício.
No dia 15 de abril de 2019, um grande incêndio devastou esta obra-prima da arte gótica, causando o colapso da sua moldura, da famosa agulha, do relógio e parte da abóbada, perante o olhar atônito de milhões de pessoas de todo o mundo.
Oito oficinas francesas e pintores de vitrais da Catedral de Colónia (Alemanha) trabalham na recuperação dos vitrais da nave, do coro, do transepto e da sacristia, disse a instituição pública que gere a conservação e restauro da Catedral.
Os vitrais das capelas e tribunas estão a ser limpos diretamente na Catedral.
A mestre vidraceira Flavie Vincent-Petit é responsável por várias das 39 "janelas" da igreja, "de três metros de largura e entre oito e nove metros de altura", explica à AFP.
“Os vitrais do coro são do século XIX e neles estão representadas figuras bíblicas e religiosas. Naquela época, o arquiteto Viollet Le Duc procurava recuperar a luz filtrada da Idade Média”, explica Vincent-Petit. "Os da nave são da década de 1960 e são de inspiração abstrata", acrescenta.
Apenas as rosáceas da igreja datam da época medieval, e “não foram afetadas pelo incêndio, pelo que não estão incluídas no programa de restauro”, explica esta artesã.
O processo de limpeza, em que trabalham cerca de quinze mestres vidraceiros franceses, começa com o desmantelamento dos vitrais, montados com chumbo num suporte denominado “serralheiro”, documentando o seu estado e numerando-os.
De seguida, os vidraceiros aspiram as partículas de poeira, esfregam a sujidade com almofadas de algodão embebidas numa mistura de água e álcool e consertam as fendas.
Estes vitrais nunca foram limpos desde que foram instalados há mais de 150 anos, mas por baixo da sujidade há uma cor que não mudou desde então, observa Vincent-Petit.
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