As autoridades da região de Fukui, na região central do Japão, alertaram os banhistas para um aumento no número de mordidas de golfinhos, embora um especialista tenha afirmado que os incidentes podem ser obra de um único cetáceo à procura de brincadeira.

Este ano, dezoito banhistas já foram mordidos em várias praias desta região, de acordo com a Guarda Costeira local, que havia registado apenas duas mordidas de golfinhos em 2022 e nove em 2023.

A maioria das mordidas foi leve, algumas simples arranhões, mas, num incidente recente, uma criança teve que receber cerca de 20 pontos, disse Shoichi Takeuchi, chefe da Guarda Costeira.

Os golfinhos podem magoar inadvertidamente pessoas quando exibem comportamentos de acasalamento devido à sua força. "Os golfinhos, quando estão a acasalar, podem ser muito selvagens", afirma uma investigadora ouvida pelo jornal The New York Times. O animal em causa no Japão também pode ser naturalmente agressivo ou não estar interessado nas interações iniciadas pelos banhistas.

Na praia de Suishohama, uma associação turística local pediu cautela no seu site e distribuiu folhetos aconselhando as pessoas a não se aproximarem ou tocarem nos animais.

“Os golfinhos costumam ser criaturas calmas, mas podem mordê-lo até sangrar com os seus dentes afiados, arrastá-lo para debaixo d'água e, no pior dos casos, colocar a sua vida em risco”, alerta a associação.

De acordo com a Guarda Costeira, o número de golfinhos responsáveis pelas mordidas é incerto.

“Provavelmente é o mesmo indivíduo”, disse Tadamichi Morisaka, professor de cetologia da Universidade de Mie, à televisão NHK. Embora sejam, habitualmente, animais sociais que vivem em grupos, não seria o primeiro caso registado de um golfinho solitário a procurar contacto com humanos.

“Em vez de tentar prejudicar os seres humanos, poder estar a tentar interagir com eles, como faz com os semelhantes”, avança.