A famosa ilha grega de Santorini foi abalada de novo esta segunda-feira, dia 3 de fevereiro, por movimentos sísmicos, levando os habitantes a ficarem fora de casa por receio ou a irem para outros lugares, apesar dos apelos do primeiro-ministro para manter a calma.

Desde domingo, mais de 200 tremores foram registados na ilha turística do arquipélago das Cíclades, no Mar Egeu.

O mais forte dos tremores atingiu a magnitude 4,9 esta segunda-feira e o seu epicentro foi localizado entre Santorini e a ilha de Anafi, de acordo com o Instituto Geodinâmico do Observatório Nacional de Atenas.

Em Bruxelas, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, pediu "aos habitantes da ilha que mantenham a calma".

Minutos após o sismo, os moradores da ilha receberam uma mensagem de alerta do Ministério da Proteção Civil grego, alertando sobre o "risco de deslizamentos de terra" em alguns povoados.

Todas as escolas permaneceram fechadas esta segunda-feira.

Muitos moradores e turistas decidiram deixar a ilha por receio. Alguns passaram a noite ao relento, em veículos ou em recintos seguros fornecidos pelas autoridades municipais.

Cerca de mil pessoas também embarcaram numa balsa com destino a Pireu, o principal porto ao sul de Atenas, relataram repórteres da AFP.

Segundo especialistas, a atividade sísmica também afetou outras ilhas próximas, como Anafi, Ios e Amorgos.

Santorini é uma das ilhas mais visitadas da Grécia. Tem uma população de apenas 15.500 habitantes, mas recebeu 3,4 milhões de turistas em 2023.

Santorini
Santorini Habitantes e turistas a embarcar num ferry no porto de Santorini esta segunda-feira, dia 3 de fevereiro crédito AFP

"Estamos todos preocupados"

Mais de mil pessoas deixaram a ilha no domingo. "À noite, comprovamos, a [balsa] 'Blue Star Chios' levava 1.100 pessoas a bordo, vindas de Santorini", declarou um funcionário da Guarda Costeira à AFP.

A funcionária de uma agência de viagens indicou que um bote extra está previsto para partir pouco antes da meia noite.

A Aegean Airlines também fretou voos adicionais para segunda-feira e terça-feira de e para Santorini, de acordo com a agência de notícias ANA.

"Estamos todos preocupados (...) Todos temos que ir e fazer fila para esperar as balsas, sobretudo para proteger os nossos filhos", disse à AFP Dimitris Selistai, de 45 anos, que trabalha na famosa ilha grega há 25 anos.

"Tudo estava a tremer, tremer, tremer a cada três ou quatro horas ontem. Nunca passei por isto antes" na ilha, disse à AFP Kostas Sakavaras, um guia turístico que trabalha no local há 17 anos.

No domingo, o guia turístico decidiu deixar Santorini com a sua família "por razões de segurança".

Minutos após o terramoto, os moradores da ilha receberam uma mensagem de alerta do Ministério da Proteção Civil grego, a alertar sobre o "risco de deslizamentos de terra" em alguns povoados.

Segundo especialistas, a atividade sísmica também afetou outras ilhas próximas, como Anafi, Ios e Amorgos.

As autoridades ressaltam que a atividade sísmica observada nos últimos dias não é resultado de atividade vulcânica, mas sim de movimentos tectónicos.

Segundo a recomendação, os moradores devem afastar-se de alguns portos de Santorini, esvaziar as piscinas e evitar reunir-se no interior de edifícios.

Em 1956, a ilha foi atingida por um terramoto de 7,5 graus na escala Richter, que matou cerca de 50 pessoas e provocou um tsunami.