As imagens que refletem o horror da vida no gueto foram registadas por Helmy Spethmann, então com 50 anos, que trabalhava no hospital em Varsóvia das forças armadas da Alemanha nazi, a Wehrmacht.

"Tirou fotos da cidade e de seus colegas. Os seus passos levaram-na com sua câmara ao gueto porque teve de lá ir várias vezes", disse o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, num discurso por ocasião da entrega das fotos.

"Por que o fez? No que pensava? Queria conscientemente testemunhar o horror? Não sabemos. Não contou a ninguém e viveu reclusa até a sua morte", acrescentou.

Anos depois, a sobrinha de Helmy Spethmann, Ingelene Rodewald, descobriu as 23 fotos escondidas num álbum presenteado pela tia antes de sua morte, em 1979.

O Museu POLIN, fundado em 2005 em Varsóvia, agora abrigará as fotos a preto e branco que mostram, entre outras coisas, corpos nus e descarnados transportados em carros de mão.

Steinmeier lembrou como as forças de ocupação alemãs trancaram a população judia de Varsóvia, de cerca de 400.000 pessoas, no distrito de Muranow, antigo bairro judaico da cidade, onde "as mataram de fome, as torturaram, as maltrataram sistematicamente e depois deportaram a maioria para campos de concentração e extermínio".