Bilhete-postal enviado por Susana de Barros
A ideia era ir tomar o pequeno-almoço nos famosos pastéis de Belém, mas trocaram-me as voltas e fomos ao Careca no Restelo. Famoso, segundo dizem pelos seus croissants. Bom o que é doce nunca amargou, já diz o dito.
Findo o pequeno-almoço deu-se a voltinha da praxe: o Mosteiro dos Jerónimos, uma das obras mais emblemáticas da era dos Descobrimentos. O detalhe comove, até os menos sensíveis!
Ainda houve tempo para um saltinho até à Torre de Belém, passando pelo Padrão dos Descobrimentos. Ponto de partida da comitiva do navegador Vasco da Gama à descoberta do mundo. Aqui sofre-se, um bocadinho com o vento, mesmo à beira rio. Mas depois da tempestade vem a bonança, já diz o ditado: o almoço.
O almoço teve lugar na outra margem, Almada Velha, mais precisamente Cacilhas. O cenário não podia ser melhor: uma esplanada com vista para Lisboa, sol, brisa e umas ondas a quebrarem-se na praia. Imagine!
O almoço decorre, lentamente, e porque assim o deve ser...
Ainda deu tempo para fechar os olhos, no jardim próximo e desfrutar do sol, da brisa, da vista sobre Lisboa. Estar assim, simplesmente, sentir assim tal e qual: a cru. Introspeção leve, como o vento que passa e que nos leva a voar. Ser um pássaro… e como eu já não me lembrava de como é bom voar!
Era tempo de regressar a Lisboa… Piscamos o olho à Praça do Rossio, e fugimos pela rua Augusta em direção à Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço.
Impressiona pela grandeza, é uma das maiores da Europa. Dá-nos um sentimento de como somos tão pequeninos no universo.
Daqui até à Sé de Lisboa, é um tirinho! E por esta altura do campeonato a sede aperta. Paragem no Campo das Cebolas, para refrescar a garganta. Convém, pois subir uma das sete colinas da cidade, a caminho do Castelo de São Jorge, por becos e vielas requer hidratação. Mas, eu juro o esforço compensa!
Com sorte, ainda apanhamos o pôr do sol. E digo-lhe o pôr do sol em Lisboa…ui! Aquece-nos o corpo e alma. Não fotografe apenas, memorize. A vida é feita de lembranças. E essas permanecem gravadas na alma; enquanto, que as fotografias desmoronam-se… Eu que pensava que sabia aonde estava, enganei-me… estava bem perdida. Ceda ao coração a viagem. Não se vai arrepender.
Abraço Lisboa de braços abertos e digo-lhe, baixinho, que a amo.
Descanso… e acredito, que ela me ama também!
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