Vinte e quatro dias depois de partirmos, chegámos. As mesmas mochilas, as mesmas roupas, os mesmos cabelos despenteados. Tudo parecia igual, mas tudo estava diferente.
"Os assaltos são frequentes e em zona nenhuma estaríamos seguros - exceto em casa". Com estas palavras Carla e João foram recebidos em Santiago do Chile. O que será que lhes aconteceu?
Como pode ser um dia em San Pedro de Atacama? Durante a manhã, uma volta de bicicleta em Marte e, à noite, o céu que se transforma numa loja de doces, entre constelações e planetas que se mostram a olhos gulosos. Ficou com fome de mundo? Embarque em mais um capítulo desta viagem pela América do Sul.
Antes da despedida do altiplano, uma paragem no Deserto Salvador Dali, onde "o tempo derreteu e os minutos deixavam-se cair como grãos de areia numa ampulheta de vidro". Numa viagem que caminha para o fim, mas já deixa saudades, continuamos a seguir a Carla e o João por esta aventura sul-americana.
No altiplano e entre as cordilheiras andinas perdemos a noção das distâncias e das dimensões. Tudo parece imediatamente perto e desgastantemente longe. Os quilómetros acumulam-se a diferentes velocidades e, invariavelmente, os caminhos afunilam num ponto de encontro.
Adeus, Peru, olá, Bolívia: a Carla e o João continuam a viagem pela América do Sul. Depois de 24 horas entre autocarros e dois países, parece que fizeram a escolha certa no destino final. Sabiam que a Bolívia tem duas capitais?
A TransZela é uma das muitas companhias que adormece os passageiros noturnos entre Cusco e Puno, numa viagem de embalar de oito horas. Já conhecedores das manhas dos autocarros de longa distância, deitámos o banco até aos 160º, esticámos as pernas por cima das mochilas e adormecemos entre candeeiros
O que falta em oxigénio transborda em beleza e grandiosidade. "Ali estava eu: no topo do mundo. A 5036 m de altitude, o mais perto do céu que alguma vez tinha estado", escreve a Carla enquanto o João mostra as imagens da Montanha das Sete Cores.
Escondida num vale Andino, rodeada de cabeças montanhosas que olham com curiosidade para baixo, fomos encontrar Cusco. A cidade imperial em forma de puma, ladeada de muralhas estrategicamente projectadas. O centro do Universo, como tão bem decidiram os Incas - percebi mais tarde porquê.
“Tupanachiskama”, em quéchua, traduz-se em “até que nos voltemos a encontrar”. Pareceu-nos o nome mais indicado para este diário de viagem que está prestes a ler. É sobre dois conhecidos que a vida voltou a juntar passados vários anos, para realizarem, em conjunto, uma das mais incríveis viagens das
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