“O renascer de uma histórica infraestrutura de promoção da cultura científica e tecnológica da Região Norte”, descreve o projeto de candidatura a que a Lusa teve acesso e segundo o qual a universidade pretende ainda “assegurar a integração de um edifício histórico do Porto nos circuitos turísticos e culturais da cidade, criando-se um espaço impar de divulgação científica de referência internacional”.
No projeto, aprovado em junho segundo dados da plataforma Norte 2020, é defendido um “potencial de atrair um volume anual de 200 a 300.000 pessoas para a cidade e região”, através da devolução à cidade de um espaço histórico que irá ganhar “uma nova narrativa”.
O novo museu, inserido no polo do edifício da reitoria do Porto, corresponde à segunda fase de um processo de reabilitação iniciado com a intervenção da Casa Andresen/Galeria da Biodiversidade e irá incluir a reabilitação do Laboratório Ferreira da Silva, datado do início do século XX, a instalação de um elevador panorâmico, o desenvolvimento de vários módulos expositivos e um pátio dos dinossauros.
No ano em que se celebra o centenário da inauguração do antigo Museu de História Natural da Universidade do Porto, começará a ser criado um novo espaço “de divulgação científica de referência internacional, através do recurso a uma filosofia museográfica inovadora que prevê o cruzamento entre a ciência e a arte como formas de apreensão da natureza e da realidade”.
Os 1,9 milhões de euros conseguidos com a candidatura a fundos comunitários serão canalizados para prioridades como a definição da nova marca Museus U.Porto, o desenvolvimento de um programa museográfico “moderno e arrojado”, a produção de uma “seleção exemplar” de módulos expositivos, a recuperação do laboratório Ferreira da Silva, o desenvolvimento de uma nova plataforma digital de gestão e divulgação das coleções e a continuação da requalificação do Jardim Botânico do Porto.
A Universidade do Porto defende que “o projeto de criação do museu e o equipamento que surgirá no seu âmbito são perfeitamente inéditos, sendo o primeiro “que prevê e resulta do diálogo entre um museu e um Centro de Ciência Viva”.
“Um museu que se quer para as pessoas”, refere o documento, segundo o qual o futuro MHNC-UP se quer assumir como “um museu de portas abertas à comunidade a todos os níveis”.
Do ponto de vista expositivo, aquele que será o polo I do museu, no edifício da reitoria, terá, entre outros, um “percurso pedestre representativo da evolução da vida na Terra”, sendo ilustrado um percurso de quatro mil milhões de anos que começa no exterior e que termina na entrada do Jardim Botânico do Porto.
“Cada passo corresponde a dois milhões de anos. Ao longo deste trajeto, o visitante deparar-se-á com marcos evolutivos chave, tais como o aparecimento dos primeiros organismos multicelulares, que viveram na água, até à fauna atual, culminando na evolução humana”, refere.
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