A Rede Mundial das Cidades Magalhânicas está a preparar as comemorações do quinto centenário da viagem do navegador, que arrancam em 2019, e também a candidatura da Rota de Magalhães a Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), num trabalho que está a ser liderado por José Marques, presidente da Câmara de Sabrosa, distrito de Vila Real.
O autarca, que falava à agência Lusa à margem de uma missão de promoção do Douro em São Paulo, Brasil, disse que o objetivo deste projeto é “criar as condições para iniciar todo o processo de candidatura à UNESCO”, um trabalho que referiu que “vai ser hercúleo” porque envolve muitos dos países ligados pela primeira volta ao mundo.
O valor da candidatura é de 485 mil euros, financiados em 85% pelo Portugal2020, e é, para José Marques, “a condição de arranque de todo este processo”.
O presidente do município duriense salientou a “mais-valia” que todo este projeto representa, salientando que vai “ser fator de atratividade ao território”.
O autarca disse que vão ser agora constituídas equipas de trabalho transdisciplinares e vai ser criada a Rede Mundial das Universidades das Cidades Magalhânicas, cuja primeira reunião acontece em janeiro, em Sabrosa, e envolve a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Do projeto faz ainda parte a inventariação do património cultural existente na série de localizações associadas à Rota de Magalhães.
Vai ser feita a identificação, o levantamento e o registo de todos os bens do “património cultural, móvel, imóvel e imaterial” ligados ao navegador e que pertencem a países como Portugal, Espanha, Chile, Argentina, Filipinas e Brasil.
E vai também começar a ser preparada a exposição internacional que se pretende inaugurar em 2019, ano do arranque das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação, realizada entre 1519 e 1522 e que foi liderada por Fernão Magalhães.
Este ano a Rota de Magalhães foi inscrita na lista indicativa da Comissão Nacional da UNESCO, que constitui um pré-requisito indispensável para a candidatura de bens a Património Mundial.
A Rede Mundial das Cidades Magalhânicas, lançada em 2013, pretende ser um instrumento de trabalho para estudar e divulgar o “facto universal inigualável” que foi a primeira volta ao mundo.
Sabrosa reclama para si o título de “berço” do navegador Fernão Magalhães.
A Rede de Cidades Magalhânicas é parceira no projeto “O Douro à Volta do Mundo – Magellan World”, que está a ser promovida pela Associação dos Empresários Turismos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR).
José Marques integra a comitiva do “Magellan World” que realizou esta semana, em São Paulo, várias ações de promoção de vinhos, turismo e cultura que visam atrair mais visitantes e mais investimento à região.
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