A pandemia de COVID-19 atingiu o setor das viagens de uma forma nunca antes vista. Muitas companhias aéreas reduziram a atividade drasticamente e ainda é difícil prever quando serão retomados os níveis pré-pandemia. Para os amantes das viagens, ter de ficar meses sem realizar um voo era algo, até então, impensável.
Algumas companhias aéreas lançaram a opção de se comprar um voo em que a partida e a chegada são feitas no mesmo aeroporto. Ou seja, os passageiros compram uma viagem de avião apenas para apreciarem as vistas e usufruírem dos serviços de bordo.
Qantas, Singapore Airlines, All Nippon Airways, Starlux Airlines, EVA Air e Royal Brunei Airlines são as companhias áreas que começam a ditar uma nova tendência da aviação nesta fase de pandemia global. Cada companhia aérea puxa pela imaginação para criar o mote para estes voos para lado nenhum.
Por exemplo, a EVA Air conseguiu vender 309 lugares num voo dedicado do Dia do Pai, que em Taiwan se assinalou a 8 de agosto, a partir do Aeroporto Internacional de Taipei. O voo, a uma altitude de 25 mil pés, permitiu aos passageiros apreciarem as vistas do arquipélago de Ryukyu e também de Taiwan.
Já a companhia área Singapore Airlines vai realizar voos para lugar nenhum a partir de outubro do Aeroporto de Changi. Os voos terão a duração de três horas.
Voo para observar Austrália esgotou em... dez minutos
A companhia aérea Qantas anunciou um voo panorâmico de sete horas para observar algumas das belezas naturais da Austrália, como o Monte Urulu e a Grande Barreira de Coral, bem como a emblemática Baía de Sydney, entre outros pontos turísticos do país.
O voo está marcado para 10 de outubro e terá saída e chegada do Aeroporto Internacional de Sydney.
Os 134 lugares postos à venda esgotaram em dez minutos. "Foi, provavelmente, a venda mais rápida de voos na história da Qantas", afirmou em comunicado o CEO da empresa, Alan Joyce. "As pessoas sentem saudades de viajar e da experiência de voar. Se houver procura, vamos apostar em mais voos deste género enquanto aguardamos pela reabertura das fronteiras".
O voo será realizado num Boeing 787 Dreamliner, usado, normalmente, para travessias intercontinentais. Os passageiros terão direito a pequeno-almoço e almoço a bordo, bem como outros serviços especiais. E quanto custaram os bilhetes? De cerca de 484 a 2.340 euros.
O que pode ser visto como uma estratégia para recuperar alguma atividade perdida durante meses de restrições nas viagens e, consequentemente, aviões em terra e empregos em risco, acarreta também a questão ambiental. Afinal, qual é a justificação de apanhar um avião que não nos vai levar a lugar nenhum? A Qantas afirmou que vai comprar compensações de carbono para cobrir o combustível que será queimado durante o voo.
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