De acordo com o governante, a medida já foi aprovada em reunião da comissão económica do Conselho de Ministros e será regulamentada em conjunto com o Ministério da Administração do Território, os Governos provinciais e as administrações locais.

O ministro Paulino Baptista acrescentou que no âmbito desta medida vão ser estudados os municípios do país com maior número de atrações turísticas para constituir serviços de turísticos de apoio.

"Cobrar as taxas nos atrativos municipais é uma questão de tempo", afirmou o governante, em declarações emitidas hoje pela rádio pública angolana.

O setor do Turismo em Angola emprega cerca de 192.000 trabalhadores e já representa mais de 530 mil visitas anuais. Numa estratégia de diversificação da economia, que continua dependente das exportações de petróleo, e das suas receitas, a meta do executivo angolano passa por atingir um milhão de trabalhadores e 4,7 milhões de turistas (acumulado) até 2020.

Em julho de 2015, em declarações à agência Lusa, o diretor-geral do Instituto de Fomento Turístico (Infotur) de Angola defendeu a necessidade de captar recursos para a promoção externa e o desenvolvimento do setor, nomeadamente pela introdução de portagens no acesso aos principais pontos turísticos.

Eugénio Clemente aludia aos "elevados custos" da promoção do turismo e da elaboração, por exemplo, de planos de marketing. Isto tendo em conta, por outro lado, os diferentes e vários espaços turísticos de Angola, como os identificados em 2014 na eleição das sete maravilhas naturais do país.

"Hoje, visitar Kalandula [quedas de água, uma das maravilhas de Angola], quem chega entra e sai e não deixa nada, tem que deixar. Temos de pensar numa portagem para Kalandula, numa portagem para Tundavala [fenda, a 2.000 metros de altitude]. Não me sai da cabeça a ideia de um dia termos uma portagem para quem entra na ilha de Luanda, que é uma zona turística de grande valência", afirmou na altura o diretor-geral do Infotur.

As Sete Maravilhas naturais de Angola foram anunciadas em maio de 2014 e entre estes locais figuram a fenda da Tundavala e as quedas de Kalandula, duas das mais conhecidas internacionalmente, nas províncias da Huíla e Malanje, respetivamente.

As quedas de Kalandula são a designação pós-independência de Angola dada às quedas do Duque de Bragança, como eram designadas no período colonial e que são a seguir às de Victoria, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabué, as segundas maiores de África.

As restantes cinco maravilhas são a floresta do Maiombe, em Cabinda, as grutas do Nzenzo, no Uíge, a lagoa Carumbo, na Lunda Norte, o morro do Môco, no Huambo e as quedas do Rio Chiumbe, na Lunda Sul.