A decisão do juiz encarregado do caso encerra um processo de três anos entre autoridades de Cusco e a empresa encarregada da obra, que em 2016 paralisou a construção do hotel de sete andares.
"Para efeitos de restituir a situação de facto e de direito ao estado anterior à vulneração que sustenta esta demanda, ordene-se à Direção de Cultura de Cusco a abertura de um processo de demolição do construído ilicitamente no citado imóvel, que altera e destrói de forma contínua os muros arqueológicos pré-hispânicos e incas existentes", escreveu o magistrado Wilber Bustamante, do Tribunal Superior de Justiça de Cusco.
A obra "distorce a harmonia e configuração tipológica do Centro Histórico de Cusco", segundo a sentença publicada neste domingo no jornal El Comercio.
O juiz determinou à imobiliária R&G restituir as cinco plataformas e muros incas de pedra retirados para executar a obra.
No entanto, "o dano é irreversível", disse, em declarações à estatal TV Perú Carlos Somocursio, presidente do Comité Técnico do Patronato Regional de Cusco.
As obras eram realizadas numa área onde só é permitido construir edifícios de dois andares. Em abril, o ministério da Cultura havia multado a empresa em 2,2 milhões de dólares.
O prédio de sete andares, cuja construção foi paralisada pelas autoridades em 2016, quando estava quase concluída, fica dentro da Zona Monumental de Cusco, declarada Património Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1983.
Segundo as autoridades, a empresa que construía o hotel Sheraton de Cusco desmontou, entre 2012 e 2014, estes centenários muros incas sem a autorização do então Instituto Nacional de Cultura, que passou a ser depois o Ministério da Cultura.
Cusco é um dos principais centros turísticos do Peru e passagem obrigatória para quem quer visitar a cidadela inca de Machu Picchu.
A construção foi paralisada em meio a uma grande polêmica pela construção do moderno hotel de luxo, em meio a vestígios incas e construções coloniais.
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