A região vinícola do Douro constitui uma paisagem única no mundo, e hoje são cada vez mais aqueles que visitam este recanto de Portugal tantas vezes esquecido e descobrem os seus encantos e, muitas vezes, voltam ao Douro trazendo mais amigos e familiares. Mas mesmo em relação a uma região tão única quanto esta, há sempre uma altura do ano em que tudo é especial. E essa altura do ano é o mês em que estamos, Setembro, a época das vindimas, o culminar do trabalho de um ano, quando proprietários e trabalhadores vêem materializar-se o fruto dos seus esforços. Mas as vindimas são muito mais do que isso.

Proprietários e trabalhadores sentem-se mais unidos num esforço conjunto e as gentes do Douro criam laços mais fortes com a sua terra. As pequenas aldeias, como Provezende e Celeirós, no concelho de Sabrosa, animam-se com festas das vindimas, tão apreciadas pelos locais, mas também pelos turistas. As estradas enchem-se de carrinhas levando os trabalhadores para as vinhas e carregando as uvas para os lagares.

Vindimas - NAO USAR
Vindimas - NAO USAR Uvas créditos: Viajar entre Viagens

As vinhas são percorridas por mulheres e homens, que trabalham de sol a sol, recolhendo e transportando as preciosas uvas. Os lagares e instalações de vinificação enchem-se de acção, restaurantes, lojas e adegas ganham movimento, e as Quintas produtoras de vinho revigoram a sua alma. As unidades de agro-turismo, de turismo de habitação, e de turismo rural recebem turistas nacionais e estrangeiros ávidos de comungar esta experiência. O comboio histórico sobe e desce o vale do Douro, cheio de turistas maravilhados pela paisagem e suas gentes.

As lagaradas, a milenar tradição da pisa das uvas, esmorecida até há bem pouco tempo e substituída pela mecanização, foi reavivada pelo turismo e pela necessidade da manutenção da produção de vinho de grande qualidade. Em Celeirós, onde ficámos alojados, pudemos testemunhar na Quinta do Bucheiro a importância desta actividade, não só para o negócio, mas também para a criação de fortes laços familiares e de amizade. Na Quinta de La Rosa, perto do Pinhão, metemos os pés ao trabalho e participámos nesta actividade, partilhando da alegria de trabalhadores e turistas que connosco dividiam o espaço do lagar.

Lagarada - NAO USAR
Lagarada - NAO USAR Lagarada, uma tradição reavivada créditos: Viajar entre Viagens

Entre o Pinhão e a Régua, experimentamos a excelente gastronomia da região, enriquecida pela sabedoria de chefes que sabem aliar a tradição e a modernidade. Nas duas margens do rio, na Quinta Nova, perto do apeadeiro do Ferrão, e no Restaurante DOC, na estrada entre o Pinhão e a Régua, comprovámos uma vez mais que a gastronomia é um dos trunfos do Douro, e é uma das razões para a região atrair e satisfazer visitantes de todo o mundo.

E para aqueles que ainda não visitaram o Douro nesta época tão especial, ainda há tempo. As vindimas irão continuar, e o Douro está pronto, de braços abertos, para o receber.