Os geólogos não gostam muito da expressão mas talvez seja a imagem mais fiel. No Geoparque está a história do nosso planeta e um dos cinco “umbigos da Terra”. É o Monte de Morais.
Os 540 milhões de anos de história do planeta que se revelam aqui evidenciam várias épocas, continentes e oceanos que se formaram e desapareceram. Neste movimento permanente dos continentes e oceanos foram criadas cadeias montanhosas ou depressões.
Algumas rochas foram para o centro da Terra, outras foram projectadas para planaltos e cordilheiras. É o que o Monte de Morais nos mostra e, em particular, o geossítio Poço dos Paus que fica próximo do Convento de Balsamão.
Junto a uma ribeira vemos várias rochas escuras que têm a bonita idade de 420 milhões de anos e que estavam no fundo de oceanos. O Convento de Balsamão organiza várias iniciativas com jovens no verão que, habitualmente, terminam com um mergulho nesta parte da ribeira onde podemos tocar as pedras e sentir o peso da idade.
O Poço dos Paus tem melhor reputação do que o Monte de Morais - a população local chamava de "Monte Maldito". Não se consegue tirar grande partido para a agricultura. Atinge os 750 metros de altitude, a vegetação é rasteira. A elevada quantidade de níquel e ferro limita o aproveitamento agrícola e florestal.
Os cerca de 700 km2 de área do Parque têm mais geossítios para visitar. Ao todo são 42 e cerca de uma dezena são de fácil acesso.
Um deles é a Fraga da Pegada. É uma rocha vulcânica muito grande e com 420 milhões de anos. Tem vestígios de pegadas e está junto às praias da Albufeira do Azibo. Fica próximo de Santa Combinha, uma região que também sofreu profundas alterações geológicas.
A Falha da Vilariça tem uma extensão de 250 km, vai de Bragança a Manteigas, e deu origem a serras como a de Bornes e Nogueira e também a abatimentos como sucede em Macedo de Cavaleiros.
O Geoparque tem um Centro de Interpretação em Macedo de Cavaleiros onde se pode obter informação complementar. Através de projeções e objectos, como pedras e minerais, percebemos melhor o território e as várias perspectivas cientificas. O Centro de Interpretação trabalha muito com escolas e universidades e cumpre uma outra função dos Geoparques: recolha e partilha de informação científica.
O propósito é aproveitar a riqueza natural da região e projectar uma estratégia de desenvolvimento que envolva as comunidades locais e valorize também o património edificado, cultural , religioso e imaterial como é o caso dos caretos.
Aqui pode ver a rede portuguesa Geoparques.
Viagem ao interior da Terra no Geoparque Terras de Cavaleiros faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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