Coruche é conhecida internacionalmente pela produção de cortiça e tem um bonito centro histórico, ideal para conhecer num passeio a pé. Bate recordes de temperatura no verão, mas isso não desencoraja os locais e os visitantes que durante o dia se refugiam na praia fluvial e aproveitam os mergulhos no rio Sorraia para escapar ao calor abrasador.
Rodeada de campos férteis, esta é uma região em que a agricultura e a criação de cavalos são as atividades predominantes, destacando-se na paisagem a lezíria, fertilizada pelo rio Sorraia, afluente do Tejo, onde dizem, cresce o melhor arroz de Portugal, e as vastas áreas de sobreiros de onde se extrai a cortiça de que Coruche é um dos principais produtores a nível nacional.
O seu centro histórico possui diversos monumentos, testemunhos de outras épocas, como a Ponte da Coroa, o Aqueduto medieval do Monte da Barca, o promontório e a Ermida de Nossa Senhora do Castelo, diversas Igrejas na maioria originárias do séc. XVII e o Pelourinho, símbolo da autoridade municipal e do poder concelhio (réplica do original que foi destruído na década de 30 do século XX).
Relativamente aos edifícios do património cultural, vale a pena visitar o Museu Municipal, que abriga o sino mais antigo de Portugal e o Observatório do Sobreiro e da Cortiça — um edifício único, projetado pelo arquiteto Manuel Couceiro como homenagem ao sobreiro de Portugal e por isso mesmo, todo revestido a cortiça.
Coruche é igualmente uma zona com locais de grande valor arqueológico, alguns deles do quarto e terceiro milénios a.C. Estes monumentos megalíticos localizam-se no extremo sudeste do concelho, onde podemos realizar o chamado Roteiro Megalítico de Coruche e os Percursos da Água Doce.
Desconhece-se a origem da população, mas, graças aos vestígios arqueológicos e ao aglomerado megalítico, reconhece-se que aqui viveram as primeiras comunidades camponesas conhecidas na Península Ibérica.
O antigo e o moderno combinam muito bem em Coruche, onde em cada esquina vemos exemplos de arte urbana que dão cor e alegria à Vila.
As intervenções são assinadas pelos artistas urbanos Styler, Mariana Duarte Santos, Ruído, Fedor e Smile e decoram as escadarias da Travessa do Castelo, o Largo do Pelourinho, a Rua da Música, a antiga Rua do Cinema e o arco da Rua Direita, mas existem outras instalações artísticas como o Campanário Mudo que reproduz em cortiça dois sinos do século XVIII e a enorme mãe coruja e sua filha, de Catarina Glam, colocadas na frente ribeirinha, que nos recordam a lenda que diz que o primeiro rei de Portugal, de passagem por estas terras, declarou que a região se chamaria “Coruche”, nome que em português deriva da palavra para coruja.
A frente ribeirinha, totalmente requalificada, foi transformada num excelente local para passeio e desporto. A praia fluvial, na margem direita do rio Sorraia, junto ao parque com o mesmo nome, conta com mais de 1700 metros quadrados de areal. Tem uma zona com campo de jogos e também uma área para chapéus de sol.
Entre a Charneca do Montado de Sobro e as planícies verdes, Coruche oferece excelentes condições para a prática do turismo de natureza, complementado por provas de vinho e experiências gastronómicas. Existem percursos por grandes espaços abertos ou por pequenas estradas sinuosas, passeios de balão, BTT, passeios de cavalo e atividades náuticas como canoagem ou esqui aquático no troço artificial da Quinta Grande.
Um conjunto de atividades e celebrações anuais destacam ainda mais o potencial cultural e turístico de Coruche: Em maio, quando visitei a vila, decorria o evento gastronómico “Sabores do Toiro Bravo”, mas em março acontecem as Jornadas de Gastronomia, em abril, o Festival Internacional de Balonismo de Coruche, de Junho a Julho, o festival de música Sons de Verão; em agosto, a Festa em Honra de Nossa Senhora do Castelo e em outubro, a Feira do Livro — Isto só para mencionar alguns dos eventos mais importantes…
Como podem ver, motivos para visitar Coruche não faltam!
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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World
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