A ponte tem cerca de uma centena de metros e dava seguimento a uma estrada romana onde ainda podemos caminhar.

Ponte da Mizarela
créditos: andarilho.pt

As pedras largas, com formas irregulares e muito polidas, fazem agora parte de percursos pedestres.

“Há muita gente que caminha pela estrada romana. Vão até Vila Soeiro.

Ponte da Mizarela
Cascata do Caldeirão créditos: andarilho.pt

No verão, costumam fazer caminhadas de manhã e vão até ao rio. Com os passadiços há muita gente que faz os caminhos mais antigos.”

Ponte da Mizarela
Estrada romana créditos: andarilho.pt

Pedro Pinto tem uma boa noção do movimento, porque trabalha num bar, mesmo numa das entradas da ponte.

O seu dia-a-dia é acompanhado pelo ecoar do rio Mondego a passar por debaixo da ponte de pedra, com três arcos.

Numa das margens, há algumas casas de pedra e até quem aproveite um dos arcos da ponte para estender roupa.

Apesar de este ano o caudal do rio Mondego ser fraco, pelo menos na altura em que lá estive, a corrente era forte, em particular nos declives depois de passar a ponte.  O som da queda ecoava em toda esta zona.

Ponte da Mizarela
créditos: andarilho.pt

Antes de chegarmos ao vale, no alto da encosta, pouco depois da barragem do Caldeirão, há um miradouro. Aqui temos uma visão de conjunto, das pequenas povoações a decorar a serra e a paisagem é apenas acompanhada pelo som do vento e do rio Mondego.

Ponte da Mizarela
Cascata do Caldeirão créditos: andarilho.pt

Foi aqui que encontrei Tiago Pina. Costuma passar uns dias na terra dos pais, em Pêro Soares, e na lista de lugares a visitar, a ponte é uma das atrações, como também a cascata e temos agora os passadiços. "Há ainda o rio aonde vai muita gente no verão, inclusive, emigrantes.”

Ponte da Mizarela
créditos: andarilho.pt

A cascata fica logo após a barragem e agora pode ser observada dos passadiços do Mondego. “Antes o caminho era por uma ribeira. Era um caminho antigo. Nem toda a gente lá podia ir. Agora, com os passadiços, consegue lá ir.”

Ponte da Mizarela
Passadiços do Mondego na cascata do Caldeirão créditos: andarilho.pt

Exige-se apenas algum esforço no regresso para subir centenas de degraus do passadiço que é uma construção recente. Mas vale a pena, em particular na época das chuvas. A cascata é muito alta e, no trilho, há ainda mais algumas quedas de água que se podem observar.

Ponte da Mizarela
ruínas da antiga fábrica créditos: andarilho.pt

Um dos pontos de acesso aos passadiços, a serpente de madeira que sobe a serra, era pelo caminho antigo. Passa ao lado das ruínas de uma fábrica que está à beira rio.

Ponte da Mizarela
Passadiços do Mondego proximo da ponte de Mizarela créditos: andarilho.pt

Logo depois, entramos num vale profundo onde alguns poços do rio Mondego são aproveitados no verão para os visitantes se refrescarem.

O lugar é um refúgio, isolado. Apenas o passadiço de madeira marca uma recente intervenção humana, como também um baloiço suspenso numa árvore acima da corrente do rio.

Ponte da Mizarela
créditos: andarilho.pt

Alguns dos caminhos assinalam passos antigos da agricultura que tem agora um peso muito reduzido na atividade local.

Ponte da Mizarela
créditos: andarilho.pt

O ritmo do presente assemelha-se ao movimento de carros na ponte. “Só dá para passar um carro. Se algum já está na ponte, o outro espera.” No entanto, segundo antecipa Pedro Pinto, o ritmo vai ser outro: “vem muita gente para ver os passadiços. O que está a dar aqui na Guarda são os passadiços”.

Ponte da Mizarela
Passadiços do Mondego na cascata do Caldeirão créditos: andarilho.pt

O trilho dos passadiços é uma iniciativa do municipio da Guarda, tem uma extensão de 11 quilómetros até Videmonte e aguarda ser inaugurado. No entanto, são muitas as pessoas que aproveitam já a oportunidade para caminhar em algumas partes da estrutura de madeira.

Ponte Mizarela a ligação entre aldeias da serra da Estrela, cascatas, poços e passadiços do Mondego faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho, tem o apoio do Turismo do Centro e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.