Ter uma casa de campo, um palacete, com mosaicos e paredes forradas a mármore são alguns sinais de grandes posses económicas na opinião de Flávio Simões, antropólogo, e que trabalha no Museu da Villa Romana do Rabaçal, onde estão alguns dos achados arqueológicos.
A villa romana está a cerca de 1km do Rabaçal. É numa área plana e o campo arqueológico tem uma dimensão de dezenas de metros. Pequenos muros definem a construção e os vários compartimentos. Os balneários estão um pouco mais distantes e ainda têm os fornos que aqueciam a água.
Conforme se circula em volta das ruínas percebemos que o eixo central é a zona circular das colunas que era um jardim interior, muito próximo de outros espaços menos exuberantes.
Segundo Flávio Simões, não foi difícil definir a área de escavações porque é baixa a profundidade a que estão os vestígios das ruínas apesar do desgaste a que foram sujeitos.
O espaço foi sempre utilizado com propósitos diferentes. Depois de abandonado foi uma zona agrícola. O que não foi danificado pela agricultura foi delapidado na utilização de pedras que as pessoas vinham aqui buscar para construírem outros edifícios. No séc. XVII foi cemitério mas também acabou por ser esquecido e transformado posteriormente num olival.
Nos últimos anos, as escavações e todo o trabalho de investigação contaram com muitos voluntários e a colaboração da população. Chegaram até a guardar provisoriamente alguns dos achados e constituíram a Associação de Amigos da Villa Romana do Rabaçal.
O passo seguinte era assegurar a proteção das ruínas e dar a conhecer aos visitantes uma das maiores riquezas do campo arqueológico que agora estão debaixo de areia: os mosaicos que estão em bom estado e conservação. As pequenas pedras coloridas dão forma a gravuras coloridas, com muitos detalhes.
O sitio arqueológico está protegido, tem um edifício de apoio e para ser visitado o ponto de partida é o Museu no Rabaçal que está na antiga Casa Passal. Ao lado é a pousada, lugar de passagem de muitos peregrinos a caminho de Santiago de Compostela e antes era um hospital.
Foi editado um livro “Corpus dos Mosaicos Romanos de Portugal – A Villa do Rabaçal” do arqueólogo Miguel Pessoa. A edição teve o apoio da Câmara Municipal de Penela, da Associação de Amigos da Villa Romana do Rabaçal e do programa Promuseus da Direção-Geral do Património Cultura.
O romano rico do Rabaçal faz parte do programa da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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