Chaves deixou-nos rendidos. É uma cidade linda, com um centro histórico que resistiu ao tempo, uma ponte romana que, com cerca de 2000 anos, continua a facilitar a travessia entre as margens do Tâmega, uma torre de menagem que nos presenteia com uma vista panorâmica sobre a cidade, águas termais curativas, famosos pastéis que são uma delícia e gente que é mestre na arte do bem receber. Não nos lembramos de alguma vez ter lá ido mas certamente voltaremos a esta cidade!
Após três dias, seguimos caminho. Saímos cedo pois adivinhava-se um dia quente e queríamos aproveitar as horas de menos calor para percorrer a maior parte do caminho em direção ao nosso destino.
Seguíamos em direção a Mirandela mas fizemos questão de parar na praia fluvial do Rio Rabaçal, a cerca de 8 quilómetros de Valpaços. Passámos aí um dia onde nos refrescámos no rio e ainda tivemos a oportunidade de fazer um dos três percursos que por ali têm início e que fazem parte da Ecovia do Rabaçal.
Estes percursos têm características distintas para diferentes interesses. Podes optar por passar entre aldeias vizinhas, junto ao rio ou então visitar uma aldeia abandonada e terminar na praia fluvial de Miradeses. Estes trilhos têm entre 12 e 15 quilómetros cada ida, por isso se estás a pensar percorrê-los, prepara o teu calçado de caminhada!
Seguimos por caminhos transmontanos onde as atividades do dia-a-dia das zonas mais rurais nos deixavam curiosos. E sentimos que essa curiosidade era recíproca. Nós fascinados pelos afazeres daquelas pessoas e elas curiosas sobre de onde vínhamos, para onde íamos e o porquê de andarmos por ali de bicicleta.
Chegamos a Mirandela no nosso 11° dia de viagem. Deambulámos pelo centro e atravessámos várias vezes o Rio Tua pela bonita ponte da cidade. Visitámos o Museu da Oliveira e do Azeite que recomendamos e deliciámo-nos com os sabores da terra, antes de continuarmos em direção a Vila Flor onde acabámos por pernoitar junto à tranquila Barragem do Peneireiro.
À medida que seguíamos para sul, as paisagens iam mudando. Entrámos por caminhos de terra batida que nos obrigaram a pedalar mais devagar pois as nossas bicicletas não estão preparadas para tal piso irregular, mas principalmente porque saltavam à vista as vastas quintas e as suas vinhas. Tivemos de parar várias vezes para observar o que nos rodeava e, claro, gravar o momento e a montanhosa paisagem na nossa máquina fotográfica.
Finalmente havíamos de chegar à Foz do Sabor onde, pela primeira vez nesta volta a Portugal em bicicleta, nos encontrámos com o Rio Douro, que assinala uma nova etapa desta viagem.
Dicas entre Chaves e Foz do Sabor:
• Ao visitares Chaves, se precisares de um local para passar a noite, visita a D. Ester na Ester Guest House. Dificilmente serás tão bem recebido num outro sítio.
• Aproveita para jantar no Restaurante Pensão Flávia em Chaves onde podes experimentar um conceito completamente diferente que tem como lema come o que houver, paga o que quiser. E manda um abraço nosso ao Sr. Sérgio.
• Depois de saboreares as alheiras de Mirandela, vais precisar de um sítio para dormir. A nossa recomendação passa por um sítio que transpira boa energia onde se sente o cheiro a bolo acabado de fazer logo na receção: Dona Fina GuestHouse.
• Se fizeres o trajeto entre Mirandela e Vila Flor, evita a Estrada Nacional. Segue a estrada em direção a Vilas Boas e sobe ao Santuário da Nossa Senhora da Assunção. Vais ficar de boca aberta com a vista sobre as montanhas transmontanas.
• Em Vila Flor aproveita para dar um passeio na Barragem do Peneireiro e no lindo parque que a rodeia.
• Mergulha no Douro e usufrui o espaço verde da praia fluvial. É o sítio indicado para um piquenique à beira-rio.
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