Fotografia por @contosdomal

Portugal sempre foi um dos países do Mundo com histórias reais de tesouros, de lugares conquistados e com os maiores viajantes. Volvidos séculos e naufrágios (viagens não aconselhadas) das grandes descobertas portuguesas – metade do Mundo era ‘tordesilhamente’ nosso – os portugueses têm bem presente, no seu ADN, o sentido de viajante, sobretudo de descoberta.

Porque tesouros e lugares despojados não se exploram apenas com um ‘navegante’, decidi entrevistar uma equipa de exploradores. A Vivien, já a conhecem de dois dos meus artigos recentes e que têm rendido os leitores (ela muito agradece). Quem sabe, um dia a conheço e me inclui nas suas viagens urbex. Além dela e do seu namorado, temos outro convidado explorador: Sérgio Alcântara que nos apresenta urbex numa perspetiva acrescentada. Além disso, está para lançar um livro, em breve, sobre este tema que promete.

Pesquisam e entram num Portugal secreto, certo?

A Vivien e o Gonçalo respondem em percentagem: “praticamente 90% dos locais são em Portugal”. Fico a pensar que lugares abandonados e secretos eles tenham explorado fora de terra lusa.

O Sérgio já adianta desta forma: “Não penso nas coisas [nos lugares que visitam] como algo secreto, pois na verdade não o são.  São locais acessíveis a todos quantos tenham interesse no urbex.  Mas o urbex não é para todos...”.

Exatamente isso: escrevo sobre um Portugal com lugares que não são para todos verem, por isso confere-lhes um secretismo que atesto (ora, na minha ótica).

Carro abandonado
créditos: Vivien Afonso

Por falar em secretismo, como foi visitar o convento, o ford mustang, outros lugares que ainda não me mencionaste e que têm de ser secretos (na localização quando publicam as fotografias e as viagens)?

Esta pergunta foi desenhada para o casal Vivien e Gonçalo pois algumas das suas fotografias aguçaram a minha investigação neste tema. A resposta, de palavras contidas (como assim deve ser explorador urbex) deixa-nos a imaginar bastante, “sobre o convento, foi um dos nossos primeiros lugares abandonados, faz um ano que fomos explorar esse lugar. É um lugar incrível. É um lugar super misterioso, em que grande parte da vegetação cobre o convento.

O Ford Mustang, foi o primeiro carro dessa marca que encontrámos abandonado, bem não está já 100% abandonado, a casa onde ele está, está a ser remodelada. Pedimos autorização às pessoas que lá estavam se podíamos tirar as fotos e disseram que sim. Pelo o que sei o proprietário não tenciona vendê-lo.”

Reparem que a Vivien e o Gonçalo têm uma galeria muito sofisticada de carros antigos, relíquias abandonadas.

Perguntei, nos meandros da conversa, sobre as fotos numa prisão de calafrios:

“A prisão, foi uma aventura com muita adrenalina. Fizemos a exploração de noite com mais uns amigos que também gostam do mesmo [urbex]. Foi um misto de sentimentos dentro da prisão, nunca pensamos algum dia entrar numa prisão abandonada. Passar por dezenas de celas onde várias pessoas estiveram presas. É uma sensação incrível.”

Vamos ficar presos nisto mais um pouco, pois a viagem continua em mais um artigo.