Litoral sul: o lado selvagem

Eis por fim a placa que indica o início do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. O ar está um pouco mais frio. A agitação marítima faz-se sentir e traz consigo o cheiro da maresia. Entre praias, as gaivotas vagueiam num corrupio. É hora de uma busca incessante por alimento.

Nuno Luís

Por: Nuno Luís, fotógrafo

Esta região de Portugal é muito mais que a azáfama dos veraneantes nas estações de tempo quente em busca de um lugar ao sol. Nestas paragens há um outro lado. Aquele que apenas se revela quando a maré baixa e cavernas marinhas se tornam acessíveis.

O lado que os pescadores conhecem como as palmas das suas mãos, sempre em busca dos melhores pesqueiros ou ainda aquele que um par de destemidos aventureiros desafia, descendo em cordas suspensas, enseadas e arribas escarpadas que caem sobre um mar, maioritariamente revolto. Mar esse que não dá tréguas e que serpenteia de forma violenta por tudo o que atravessa o seu caminho e indiferente segue o seu percurso de forma convicta, moldando, dia após dias rochas e falésias que o ousam enfrentar. O seu temperamento, ora calmo, ora bravio, marca o ritmo da vida nesta imensa costa atlântica.

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É o lado selvagem do litoral sul.

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