Na sexta-feira tínhamos deixado os nossos aventureiros na “aldeia mais Portuguesa de Portugal”, Monsanto. Mas, como parar é morrer, logo em frente a carrinha seguiu, rumo ao ponto mais alto de Portugal continental: a nossa bela Serra da Estrela.
Entre paisagens de cortar a respiração, e pinceladas de neve (não muito extensas), surgiu um sábado que prometia trazer muita aventura e diversão. Ao bom provérbio português “quem não tem cão, caça com gato”, eu acrescentaria outro mais português ainda: “quem não faz ski, faz sku”. Sem nenhum trenó ou equipamento preparado para a neve, a Marta e o Ricardo improvisaram. Pegaram na tábua do forno e montaram um belo assento que, em substituição da prancha de snowboard, os fez descer as famosas pistas da Serra da Estrela. Como se lembraram de tal coisa? Não sei, talvez nem eles saibam. Mas assim se mostra que não é preciso muito para se ser feliz.
O dia terminou no vale do Rio Zêzere, um cenário que marcou os nossos protagonistas pela sua beleza implacável. De coragem em berra, decidiram tomar um banho na nascente do rio. A ideia acabou por se mostrar uma dádiva ao espírito, e uma tortura ao corpo que, como podem calcular, acabou geladíssimo.
A caminho de Idanha-a-Nova, no domingo, a Marta e o Ricardo decidiram parar em Belmonte, a vila que viu nascer o Pedro Álvares Cabral, famosa pela sua grande comunidade Judaica. Aqui almoçaram dois pratos tipicamente portugueses: um belo bacalhau e suculentos medalhões de porco.
Decidiram, mais tarde, pernoitar na Barragem Marechal Carmona, perto de Idanha-a-Nova, onde receberam a, por tantos temida, segunda-feira de manhã. A semana não podia ter começado com melhor vista.
Nesse dia fizeram duas palestras na escola secundária de Idanha-a-Nova, uma escola dinâmica e marcada pelo entusiasmo dos alunos, assim como simpatia dos professores. Já ao fim da tarde, seguiram para a Covilhã onde, ainda traumatizados pelo banho gelado de sábado, decidiram experimentar, pela primeira vez, o banho na carrinha.
Terça-feira começou com uma palestra de hora e meia na escola da Covilhã que correu bastante bem, segundo os nossos protagonistas. Ainda com o bichinho do fim de semana, decidiram voltar a subir à torre da Serra da Estrela, onde tiraram algumas fotografias e deram mais umas boas risadas. Depois disso, desceram até Gouveia, uma descida marcada por paisagens incríveis a cada curva. Pernoitaram perto do Miradouro de Paixotão, em Gouveia, considerado um dos mais belos de Portugal.
Logo após a palestra de quarta-feira, a Marta e o Rodrigo avançaram até Viseu e ao seu famoso Palácio do Cristal. Não se deixem enganar, o palácio é, na verdade, um shopping. Mas, nesse shopping em específico existe o quê? Uma pista de gelo! Parece que a semana é marcada por neve e gelo, e os nossos protagonistas passaram a tarde a “patinar sem cair no chão”, segundo o Rodrigo (de novo, não se deixem enganar, assim que a frase lhe saiu da boca, a Marta começou a rir, denunciando a mentira).
O dia terminou com um “excelente manjar e vinho das herdades mouras de arraiolos”, salientou a Marta, acompanhados de um workshop de salsa e algum quizomba. Quinta-feira teve uma manhã parada e terminou com uma palestra em Nelas que correu muito bem. A semana termina com um corte de cabelo da Marta. Segundo o Ricardo, o corte não foi só das pontas, por isso só nos resta esperar para ver o resultado, e aguardar novas aventuras.
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Artigo escrito por Carolina R. de Sousa, da Associação Gap Year Portugal
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