O passadiço leva-nos para o meio de uma vasta área que faz a transição entre o meio marítimo e terrestre.
Deixamos para trás a encosta onde sobressai o casario de Alvor e o horizonte é preenchido maioritariamente pela ria. Mais próximo de nós o nível da água é muito baixo e vemos em pormenor plantas, peixes...
“As plantas estão expostas em função da salinidade. Quanto mais acima, menor exposição. Cada planta está associada a um animal. Quando a maré estava a subir vi alguns maçaricos a comer no meio das plantas. Deviam estar a comer crustáceos. Agora as garças devem andar atrás destes peixes que andam aqui com os caranguejos.”
Tive a sorte de encontrar Jorge Alves que estava a passear com um grupo de amigos. Ele é biólogo e ajudou-me a descobrir como a ria funciona como uma maternidade e abrigo para muitas espécies marinhas.
Por outro lado, na pérgola dos passadiços de Alvor podemos observar em detalhe o ecossistema e as várias espécies de aves.
“Em particular se for ao amanhecer ou ao anoitecer. Também quando do período de nidificação.”
A observação de aves é mais interessante no início do outono, quando da migração do Norte da Europa para África.
Na primavera é igualmente interessante quando o tempo está mais ameno porque o percurso é de 6km, praticamente sem sombra, entre a ria de Alvor e a Praia dos Três Irmãos.
Outro critério relevante é escolher com a maré a encher. A paisagem varia muito consoante a maré e, por isso, o trilho tem o nome oficial de Ao Sabor da Maré.
O trajeto é plano e fácil. Nas dunas junto ao mar ou no sapal a acompanhar a ria de Alvor.
O percurso é circular e há vários pontos de acesso com parques de estacionamento.
Podemos encurtar ou alongar por extensões que nos levam à descoberta de outros espaços. Além da vista para Alvor, é igualmente interessante caminhar no porto de Alvor e ver os barcos e instrumentos de pesca.
O alvor da natureza ao Sabor da Maré nos passadiços de Alvor faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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