O percurso é de nove quilómetros, mas só uma parte tem passadiços, que correspondem a lugares mais interessantes e que eram de difícil acesso.
É o caso da cascata da Fraga da Água d’Alta. É tão bonita como imponente com os seus 25 metros de altura. A água rompe uma crista quartzítica e despenha-se em três lances de rocha até sossegar num pequeno lago.
A envolvente é natural, estamos no alto de um vale que se prolonga por vários quilómetros e que serve de leito à ribeira. Percebemos facilmente o seu percurso pela vegetação mais vistosa que delimita as margens.
O acesso à cascata é pelos passadiços. Podemos seguir um caminho que nos oferece uma vista vertiginosa. Do alto da encosta. Noutro acesso, descemos pela escadaria até ao final da ravina onde, após a queda de água, a ribeira se torna de novo serena.
Graças ao passadiço, temos várias perspetivas da cascata. É uma das partes mais frequentadas do percurso. “Foi tudo arranjado, com pontes e tem pontos mais elaborados. Está espetacular. Ao fundo da cascata fizeram um pequeno lago. É natural, mas não existia.”
No testemunho de João Morgado, que vive no Orvalho, os passadiços são muito visitados e a época do ano que ele prefere é o verão: “há mais calor, mas também há mais gente, mais amigos, dá para passear mais um pouco.”
A parte do trilho que ele prefere é o Miradouro do Cabeço do Mosqueiro. É um alto rochoso sobranceiro à aldeia e onde se atinge a altitude máxima do percurso, 680 metros.
“Tem uma vista espetacular. Tem um parque de merendas, uma capela e o percurso dos passadiços que vai até à Fraga da Água Alta.”
Um dos acessos ao miradouro é pelos passadiços. Também há acesso rodoviário. É uma subida íngreme, mas vale a pena devido à enorme paisagem de 360 graus. A vista vai da serra do Açor à da Estrela e vemos ainda meandros do rio Zêzere.
A orografia do terreno é também interessante porque percebemos como o Monte do Cabeço do Mosqueiro funciona como uma “muralha” que protege a aldeia de Orvalho.
Na zona da cascata a vista é diferente. Seguimos com o olhar o percurso da ribeira da Água d’Alta, no fundo do vale das Fragosas. Com a ajuda de várias pontes, acompanhamos a ribeira, com várias cascatas e, mais à frente, com moinhos.
É a parte preferida de Maria Morgado. “Eu gosto muito é da ribeira, desses fetos que há para baixo. Tem um ar fresco. É tudo natural.”
Maria Morgado nasceu no Orvalho e emigrou. Agora, só episodicamente visita a sua terra natal que mudou muito. “Sim, é muito diferente. Havia mais gente. Está tudo emigrado, há os velhotes. No mês de agosto é quando há mais gente.”
Orvalho faz parte do concelho de Oleiros, os acessos rodoviários são bons e os passadiços e a restante Rota do Orvalho pode ser percorrida em qualquer altura do ano.
No verão, há mais gente. Noutras estações encontra maior diversidade de cores onde sobressaem os medronhos no outono.
A espetacularidade e a beleza dos passadiços do Orvalho faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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